E ASSIM SE PASSARAM CINCO ANOS
O aplicativo que faz a edição destes textículos diários registra mais de 2600 postagens somente nesta nesga de blog.
São cinco anos de publicações diárias, contadas as madrugadoras, que poucas vezes faltaram nos impedimentos por doenças, ou raríssimas férias que aposentado não precisa mais gozar.
Tudo começou entre uma sextilha e um novo amor, do andarilho e parnasiano Sales Felipe que reagiu a um dos comentários do amigo nas redes sociais:
– Homi, vá escrever. É melhor do que meter dedo no cu dos outros.
Aí o urologista já em fim de carreira não pôde deixar de lembrar Millôr Fernandes:
– São tantos médicos virando escritores que já sei o que vou fazer quando me aposentar: vou virar ginecologista.
Ainda semi-retirado das funções de esculápio, ouvindo conselhos daqui e lembrando exemplos dacolá, foi projetado um espaço com posts, sacadas, curtições, insights e pequenos textos.
Por influência anatômica da especialidade, textículos.
Textos pequenos.
Escritas curtas que a exemplo dos órgãos inspiradores, com o tempo e idade, foram ficando maiores e mais relaxados.
Laurita, filha de peixe, havia convidado para colaborar com o seu Território Livre, o tio meio desocupado.
Para fazer coisas que qualquer tio desocupado pode fazer.
Não fugimos do regime de castas.
Familias inteiras de dentistas, juízes, arquitetos, músicos, advogados, engenheiros, marceneiros, médicos, artistas, fazem o mesmo
Antes que falassem mal, foi logo solicitada uma delação premiada – instrumento legal na moda daqueles idos lavajatistas – para revelar a cláusula única do nosso contrato de trabalho: demissão ad nutum.
Não haveria nepotismo por aqui.
Esperava ficar livre dos patrulheiros e lacradores.
Nem quando o aprendiz de cronista insiste em contar velhas estórias recontadas.
Longa vida ao Território Livre !
Sob uma lâmpada, Lev Tolstoi no Círculo Familiar (1902) – Leonid Pasternak – Museu Russo, São Petersburgo, Rússia
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Leonid Osipovich Pasternak (1862-1945), pintor e artista gráfico russo de origem judaica, nasceu em Odessa, hoje Ucrânia. e foi um mestre da ilustração de livros.
Seu filho, Boris, autor do clássico (também no cinema) Doutor Jivago, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1958, foi proibido de receber a honraria.
Mas isso, é a mesma história de uma velha guerra insana.