E se seu José Williams procurasse hoje o Walfredo Gurgel, como seria atendido?

A pergunta foi feita pela Tribuna do Norte a diretora do Hospital Walfredo Gurgel , Fátima Pereira, e  está na edição desta quinta-feira, 11.

É a pergunta  que todos que estão indignados com a morte do senhor José Williams  – vítima de infarto na última sexta-feira, depois de gravar um video denunciando falta de atendimento –  fazem agora.

Sua morte foi em vão? Tudo vai  continuar como antes?

Segundo a diretora, não.

E o desfecho inaceitável no não atendimento pode ter sido também em razão da greve dos profissionais de Saúde: 

Nós temos quatro médicos na porta, tem dias que só tem três. Um deles estava em greve.

Fátima também disse ainda  que o maior Hospital do Rio Grande do Norte ainda não trabalha no regime de “porta fechada” e nem “regulada”, ou seja, não existia uma orientação para só atender paciente  com regulamentação pelo SUS:

O paciente tem que chegar com a comunicação de que ele está chegando para que a equipe se prepare para receber o paciente, mas o paciente de livre e espontânea vontade que chega na porta sozinho, como foi esse o caso, qualquer um que chega, numa emergência, vai ser atendido .

Eu não sei como o paciente estava que não foi caracterizado (como emergência).

A  Sesap no mesmo dia foi no local e pediu que se levantasse todos os dados no hospital, o que nós já estávamos pensando em fazer, mas eles se anteciparam. 

Parece o óbvio, mas não foi dito nas primeiras manifestações do Governo do RN.

Não foi feito um mea culpa necessário , inclusive reconhecendo que qualquer pessoa doente não pode ter seu atendimento negado em razão de protocolo SUS ou qualquer burocracia equivalente.

Significa dizer também que nada mudou desde a morte de seu José Williams, a não ser as investigações, mas que, sim faltou pronto atendimento , como divulgado.

E o não dito; sim, o desfecho poderia não ser sua morte.

E a proteção da vida vale muito.

Vale voltar ao assunto todos os dias, vale ser acusado pelo Governo de uso político-eleitoral de uma fatalidade, vale ser acusado de perseguir o Governo popular.

Governo popular é aquele que prioriza o povo. Que acerta e erra. Mas que quando erra assume sua responsabilidade e tenta mudar a realidade no dia seguinte.

Como seu José Williams seria atendido hoje no Walfredo?