27 de abril de 2024
HistóriaPolítica

ESSES NÃO!

Coroação de Dom Pedro I  (1828) – Jean-Baptiste Debret – Acervo do Palácio Itamaraty, Brasilia


De quatro em quatro anos, alinhados ou não, mesmo  fora das suas órbitas, os astros apresentam configurações propícias a mudanças na vida dos brasileiros.

Desta vez, por antecipação,  já se sabe que pior que está, deve ficar.

O que era para ser esperado como renovação, se encaminha para tempos de  conflitos, impasses e cismas ainda mais profundos.

Mais uma vez, numa encruzilhada, ante duas veredas conhecidas, um passeio pela História  para  lembrar nosso karma e destino – precisa ser refeito.

Começamos como terra devoluta.

Nem os corsários e piratas quiseram tomar conta.

Pindorama foi oferecida a quem quisesse arriscar a perigosa travessia para ser capitão, com direito a passar o presente, de herança aos filhos.                               

Alguns faltaram à própria posse e nunca por aqui deram o ar de suas graças.

Como legado, deixaram duas profissões almejadas, funcionários fantasmas e aspones de coisa nenhuma.

Os governadores-gerais mal foram prefeitos das capitais. Apresentaram poucos resultados e fizeram escola.

Colônia mal cuidada, virou casa de mãe-joana.

Poderíamos ser hoje outra federação, uma comunidade europeia subequatorial.

Em cada macrorregião colonizada, uma cultura diversificada.

Que pena que não foi assim.

Portugueses, dos primeiros a chegar, manteriam Arraial d’Ajuda,  Bahia, Trancoso e mares dos sertões.

Holandeses, cuidariam de Mauritsstad  a  Nova Amsterdam.

E das Rocas ao Golandim, incorporando as províncias do Alecrim e  das Quintas Profundas.

Extremo sul, anexado aos vizinhos espanhóis.
Uma pátria de chuteiras, do churrasco e da parrilla.

Descendentes de Villegagnon, estariam  cantando bossa-nova, partido alto e funk proibidão, embaixo do sovaco do Cristo erguido por eles mesmos, no alto do Corcovado.                                         

São Paulo  tanto poderia ser independente, como sempre quis (remember 1932), ou dividida entre os invasores retardatários: italianos e japoneses.

Harmonia de espaguete com sakê. 

Nossa melhor fase, graças aos humores  de Napoleão, começou  e terminou com a corte do sexto João.
Durou pouco, o
Reino Unido de Portugal  aos Balneários do Brasil e Algarves, depois que o perigo passou na doce Europa.

Promovido a império, como brincadeira de criança, atingiu o apogeu com Pedro II,  nosso maior estadista até a reeleição de 200 mil reais de FHC.

A república, nascida sob o estigma da primeira traição do generalato, depois de ser velha, nova, agora velhíssima de novo, não deu certo nos regimes a que se submeteu.                       

Continua tão balofa no presidencialismo como gorda foi no parlamentarismo.

Depois dos anos de chumbo, das trevas, das 13 pragas vermelhas e da peste, o futuro continua  não sabido, incerto e cinzento.

Já não é chegada a hora de não eleger ninguém?

Uma república sem presidente.

Jaboticaba maior,  jamais existirá.

Aclamação de D Pedro II em 1831 – Jean-Baptiste Debret – Acervo da Biblioteca do Congresso, Washington DC, Estados Unidos

One thought on “ESSES NÃO!

  • Nelson Mattos Filho

    E assim vamos caminhando num caminhar de “ingrisia”, sem nem “prumode”, sem nem “pruvia”.

    Resposta

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