ESSES NÃO!
De quatro em quatro anos, alinhados ou não, mesmo fora das suas órbitas, os astros apresentam configurações propícias a mudanças na vida dos brasileiros.
Desta vez, por antecipação, já se sabe que pior que está, deve ficar.
O que era para ser esperado como renovação, se encaminha para tempos de conflitos, impasses e cismas ainda mais profundos.
Mais uma vez, numa encruzilhada, ante duas veredas conhecidas, um passeio pela História – para lembrar nosso karma e destino – precisa ser refeito.
Começamos como terra devoluta.
Nem os corsários e piratas quiseram tomar conta.
Pindorama foi oferecida a quem quisesse arriscar a perigosa travessia para ser capitão, com direito a passar o presente, de herança aos filhos.
Alguns faltaram à própria posse e nunca por aqui deram o ar de suas graças.
Como legado, deixaram duas profissões almejadas, funcionários fantasmas e aspones de coisa nenhuma.
Os governadores-gerais mal foram prefeitos das capitais. Apresentaram poucos resultados e fizeram escola.
Colônia mal cuidada, virou casa de mãe-joana.
Poderíamos ser hoje outra federação, uma comunidade europeia subequatorial.
Em cada macrorregião colonizada, uma cultura diversificada.
Que pena que não foi assim.
Portugueses, dos primeiros a chegar, manteriam Arraial d’Ajuda, Bahia, Trancoso e mares dos sertões.
Holandeses, cuidariam de Mauritsstad a Nova Amsterdam.
E das Rocas ao Golandim, incorporando as províncias do Alecrim e das Quintas Profundas.
Extremo sul, anexado aos vizinhos espanhóis.
Uma pátria de chuteiras, do churrasco e da parrilla.
Descendentes de Villegagnon, estariam cantando bossa-nova, partido alto e funk proibidão, embaixo do sovaco do Cristo erguido por eles mesmos, no alto do Corcovado.
São Paulo tanto poderia ser independente, como sempre quis (remember 1932), ou dividida entre os invasores retardatários: italianos e japoneses.
Harmonia de espaguete com sakê.
Nossa melhor fase, graças aos humores de Napoleão, começou e terminou com a corte do sexto João.
Durou pouco, o Reino Unido de Portugal aos Balneários do Brasil e Algarves, depois que o perigo passou na doce Europa.
Promovido a império, como brincadeira de criança, atingiu o apogeu com Pedro II, nosso maior estadista até a reeleição de 200 mil reais de FHC.
A república, nascida sob o estigma da primeira traição do generalato, depois de ser velha, nova, agora velhíssima de novo, não deu certo nos regimes a que se submeteu.
Continua tão balofa no presidencialismo como gorda foi no parlamentarismo.
Depois dos anos de chumbo, das trevas, das 13 pragas vermelhas e da peste, o futuro continua não sabido, incerto e cinzento.
Já não é chegada a hora de não eleger ninguém?
Uma república sem presidente.
Jaboticaba maior, jamais existirá.
E assim vamos caminhando num caminhar de “ingrisia”, sem nem “prumode”, sem nem “pruvia”.