1 de maio de 2024
Imprensa Nacional

Fábio Faria é o ministro civil mais forte junto a Bolsonaro

Deu no Valor 

A reforma ministerial reconfigurou a relação de poder no Palácio do Planalto com a chegada de dois ministros civis ao quarto andar, restringindo o espaço dos militares.

Mesmo assim, o núcleo mais forte do entorno do presidente Jair Bolsonaro, após a dança das cadeiras, é uma tríade com dois militares e um civil. O grupo mais influente junto a Bolsonaro contempla o ministro das Comunicações, Fábio Faria, o agora ministro-chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, e o secretário especial de Assuntos Estratégicos (SAE) e secretário interino de Comunicação, almirante Flávio Rocha, o “ministro sem pasta”.

Com o tempo, esse grupo deve agregar mais um civil: a nova ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda.

À medida que a campanha eleitoral se aproximar, e o presidente ficar mais dependente do Centrão, a ministra indicada pelo bloco, e responsável pela articulação política, deverá se fortalecer, apostam aliados.

É sintomático o avanço dos civis na sede do Executivo. Até o ano passado, os quatro ministros palacianos eram militares: Ramos, então ministro da Secretaria de Governo (Segov); Walter Braga Netto, então na Casa Civil, e agora remanejado para o Ministério da Defesa; Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); e Jorge Oliveira, ministro da Secretaria-Geral (SG) da Presidência, que entrava na contabilidade como egresso da Polícia Militar, e atualmente despacha no Tribunal de Contas da União (TCU).

O novo desenho palaciano agora contempla dois deputados licenciados no quarto andar: Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ex-Casa Civil que voltou ao palácio realocado na SG; e a novata Flávia Arruda (PL-DF), que recentemente assumiu a Segov e tem potencial para formar dupla com Faria no concorrido núcleo duro do presidente.

FÁBIO É O MAIS FORTE DA ALA POLITICA 

De longe, o ministro civil, da chamada “ala política”, mais influente junto a Bolsonaro é Fábio Faria. No jargão palaciano, ministro forte é aquele que está a um lance de escadas do presidente. Por isso, embora tenha gabinete no Bloco R da Esplanada, Fábio Faria ganhou uma sala no segundo andar do palácio, e passe livre ao gabinete presidencial, no terceiro andar.

O deputado licenciado é combativo nas redes sociais se o assunto é a defesa do governo e do presidente, mas é considerado um político de trato afável e perfil conciliador, nas reuniões privadas.

Mais que combativo, Faria é quem orienta os demais auxiliares sobre a linha de defesa do governo nas redes sociais. Ele foi o primeiro ministro a reagir nas redes sociais à decisão do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) que obrigou o Senado a instalar a CPI da Covid, iminente palanque preferencial da oposição.

A CPI vai comprovar uma “atuação responsável e íntegra”, registrou Faria no Twitter.

O ministro é o autor da ideia de criar um “vacinômetro” e articulou o recente jantar de Bolsonaro com empresários, em São Paulo, como reação à carta de banqueiros e economistas com críticas à condução da economia e da crise sanitária. Ele também se aproximou do almirante Flávio Rocha, e costurou para que o militar assumisse a Secretaria de Comunicação no lugar do empresário Fabio Wajngarten.

Segundo o próprio Ramos e outras fontes, o auxiliar mais próximo de Bolsonaro é o almirante Flávio Rocha, que passou a acumular a SAE, que tem status de ministério, com a Secom. A relação de Rocha com o presidente remonta há pelo menos 20 anos. Eles se conhecem desde quando o almirante era assessor parlamentar da Marinha e frequentava o gabinete do então deputado Jair Bolsonaro.

Por fim, o general Luiz Eduardo Ramos, amigo de Bolsonaro desde os tempos da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), sobreviveu às várias tentativas do Centrão, e também de fogo amigo no governo, de derrubá-lo do cargo. Diante do acirramento da crise política, cedeu a função de interlocutor do Planalto com o Congresso, mas “caiu para cima”, na Casa Civil.

Faria, Ramos e o almirante encabeçam o grupo de ministros das alas política e militar que atuam nos bastidores para neutralizar a chamada ala ideológica, de onde emergem as crises mais estridentes do governo.

TRÊS ANTECESSORES FORAM “DEGOLADOS”

Três expoentes dessa ala já sofreram degola: o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, o ex-chanceler Ernesto Araújo e o ex-Secom Fabio Wajngarten.

O assessor especial da área internacional, Filipe Martins, é um remanescente do grupo, mas que está na linha de tiro dos ministros políticos e militares.

TL COMENTA

Para quem se pergunta o que o fato interfere no xadrez político do Rio Grande do Norte a reposta é … zero.

Isso pela própria ordem de prioridade dada por Faria desde que assumiu o Ministério das Comunicações em junho de 2020.

Além da pasta ter uma agenda intensa como o 5G, o projeto pessoal político do deputado federal não passa mais pelo pequeno RN.

O projeto de FF é ser o vice do presidente Jair Bolsonaro em 2022.  Um vice legitimado pelo PP – seu pretenso partido – e pelo Centrão.

Até lá, muita paciência, habilidade e jogo de cintura. Armistício , se precisar..

Habilidades que o potiguar mostrou ter de sobra na escalada de cada degrau. Faltam poucos lances na escada até 22.

One thought on “Fábio Faria é o ministro civil mais forte junto a Bolsonaro

  • observanatal

    Nenhuma novidade no front. Fábio Faria, subestimado por muitos no RN, conseguiu ser bem mais habilidoso do que a fama de Rogério Marinho. Rogério perde tempo em batalhas com Guedes internamente e publicamente, não se firma no RN, lugar onde é bajulado como poucos. De efetivo para o RN? Pouco.

    Resposta

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