27 de abril de 2024
Memória

¡FASCISTAS NO PASARÁN!

Aeroretrato de Mussolini aviador (1930) – Alfredo Gauro Ambrosi


Quando as próximas geraçoes forem estudar o comportamento das autoridades na
II Grande Pandemia, as duras medidas para evitar males maiores, serão classificadas como extremamente autoritárias.

A forte repressão aos que se opunham às ordens da elite científica e a paralisação da economia, consideradas exageradas.

O nacionalismo exacerbado, o fechamento de fronteiras, a mão forte do governo, o controle dos meios de produção, o confinamento compulsório, propaganda massiva, proibição de manifestações populares, medo instalado.

A vida sem liberdade.

No futuro, a intelligentsia haverá de considerar o Coronavírus SARS-CoV-2, um meio de cultura para o crescimento do autoritarismo

Quem remexer nos escaninhos da memória, vai encontrar exemplos que hoje recebem o abominável rótulo

Foi só a esquerda tirar o cavalo da sombra do poder para o termo  voltar à moda                                     

Mas já não bastava constranger os adversários e desafetos,  chamando-os de fascistas.                                       

Era preciso caçá-los à unha. Acorrentá-los. Tirar suas máscaras.  Mostrar a nudez crua. Expor suas entranhas.  Salgar o chão das suas casas. Amaldiçoá-los até a quarta geração.

Por isso, tanto trabalho duro, pesquisas e estudos.                                       

O que não tem faltado são seminários, simpósios, congressos, TCCs e teses, nas universidades públicas, gratuitas, de qualidade e verbas contingenciadas.

Espanando a poeira da memória, aparecem  os que cruzaram nossos caminhos e pareciam, poderiam ter sido, ou foram tiranos.

O padre alemão, prefeito e xerife do internato, com moral para comandar e manter em torturante silêncio, duas divisões de alunos – dos médios e dos grandes – apenas com a autoridade do olhar.                                              

Pra logo depois, aceitar o burburinho mais ensurdecedor depois da breve oração de agradecimento pelos alimentos.

Deo gratias.

Quantos não formou para a  disciplina, pontualidade, retidão, caráter e vida?

O soberbo médico e professor inesquecível. Descobridor de talentos e multiplicador de cirurgiões.

Elegante, cordial, prestativo, humanista, desapegado das coisas materiais.             

Passou um bom tempo da juventude, usando camisas verdes e saudando os companheiros com um perfilado anauê.                 

Talvez estes exemplos não  tenham chegado a tanto.                                         

Mas que diferença faz?

Primeira travessia trans-atlântica sobre o Rio de Janeiro (1933) – Alfredo Gauro Ambrosi

                                      

Notas do Redaor:

1.

O ‘movimento futurista’ queria  apagar a arte do passado e tinha como base o patriotismo, num apelo em prol da guerra, do caos e da violência.

Alguns artistas adeptos apoiaram categoricamente Mussolini

2.

Partes deste texto foram publicados em 17/07/2019, sob o título: Meus Fascistas Favoritos

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