GALADO GALÁTICO
Expressões idiomáticas estão entre as maiores dificuldades quando se aprende um novo idioma.
O significado de uma frase pode ser completamente diferente das palavras isoladas.
São formadas a partir de observações e costumes, transmitidos de uma a outra geração, com muitas diferenças culturais envolvidas.
Quando não há correspondente na língua materna, não adianta.
Não dá pra entender bulhufas ao pé da letra.
Fica tudo sem pé nem cabeça.
Se algum espanhol diz que es mejor non buscale cinco pies al gato. E pede que conte a estória con pelos e señales, não tem nada a ver com o gato nem com sua pelugem.
Apenas que é melhor não procurar chifre em cabeça de cavalo e que a estória é pra ser contada nos mínimos detalhes. Tintim por tintim.
Há três anos, num entrevero que quase virou a Segunda Grande Guerra da Lagosta, Macron e Bolsonaro foram vítimas das forças de expressão.
On n’est pas sorti de l’auberge.
Claro que não se falava em impedir a saída deles de albergue, ou prisão.
Apenas, ao botarem a madame patroa no meio, ficaram num beco sem saída.
Nesta temporada de debates, recomenda-se aos candidatos, atenção na escolha de cuecas e similares do guarda-roupa feminino.
Que estejam desencardidas e sem rastros de traças.
Vai que mostrem cenas de debates anteriores, quando as loas e juras de amor de hoje, eram troca de farpas, só pra esquecer as acusações cabeludas
Uma tremenda tight skirt.
No assunto, cariocas sempre foram os maiorais.
Foi preciso que um senador, o garoto 01, em momento de crise de identidade, perguntasse se ele era o suprassumo, a última coca-cola do deserto, a tampa de crush, o fodão.
Talvez pensando em ser entendido com mais facilidade, usou uma expressão popular entre seus conterrâneos da Barra da Tijuca.
– Eu sou o pica das galáxias do Brasil?
Levou um tempo e muitas transações imobiliárias em dinheiro vivo, para os paraíbas e baianos dessas beiras de praia do norte, entenderem o que dizia o chocolatier.
O maior galado.
