MÉTODO TAILANDÊS
Não se sabe bem como a expressão entrou nos usos, costumes e cotidiano da família.
Qualquer coisa alinhavada, feita às pressas, nas partes mais altas das pernas, sem muito esmero ou acabamento, recebe uma definição doméstica muito precisa.
A procura de uma explicação para a expressão que tem servido para as mais diferentes situações, não teve êxito.
E como não se conhece ninguém nascido no enigmático país asiático, continua sendo usada, sem medo de ninguém ser taxado de xenófobo.
A primeira vez que foi ouvida foi numa daquelas saídas espirituosas que os cariocas são mestres em bem usar.
Já no fim do dia, o chefe do serviço havia deixado uma cirurgia a cargo do residente mais experiente.
Mas também, aquele sempre sem muito tempo, cheio de outros compromissos, bicos e plantões clandestinos.
No dia seguinte, ao perguntar se tudo havia transcorrido bem, foi informado que sim e que havia até sido empregado um novo método, bastante eficaz: o tailandês.
Como nenhum staff jamais havia ouvido falar na exótica técnica e ninguém queria demonstrar ignorância, o novo termo foi aceito no linguajar terapêutico-cirúrgico.
Entre os médicos residentes porém, todos sabiam, há muito tempo, como chamar a maneira de fazer qualquer coisa rápida e mal feita.
Pelo Método Tailandês
(Publicação original em 01/05/2019)