30 de abril de 2024
Comportamento

MOEDA CIRCULANTE

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A distribuição do auxílio emergencial para os mais afetados pela aguda crise econômica que veio junto da pandemia, é a prova que dinheiro não pode ficar parado. E não é pelo perigo de mofar.

Com ele, todo o desemprego que se somou ao altíssimo que já havia, não nos levou a  nenhuma convulsão social.

Não fossem os 600 reais e a manutenção dos programas sociais e pagamento dos salários nos setores público e privado, o balancete deste primeiro semestre seria outro.  Vermelho, também de sangue.

O tacho do governo em vias de ser raspado completamente, mostra que o dinheiro que circula, muda de mãos e serve a todos.

Nos jogos de azar, não é diferente. Sorte de quem ganhar.

Ocorria o mesmo com a  grana que movia a economia da cidade do interior. Descontada, a mesa do banqueiro.


(Publicação original em 03/09/2019)


JOGO CABREIRO

A polêmica é antiga e sempre  motivo de acirramento de ânimos.

Se os chamados jogos de azar devem ser legalizados.

Os de sorte estão aí,  arrecadando dinheiro para o governo, sem causar males aparentes e não mais questionados.

Viciados numa fezinha, enfrentam longas filas e gastam uma boa parte dos salários só para não perder o direito de sonhar.

Com uma bolada da mega, quina, timemania, lotofácil e outros menos sortudos.

Jovens bons em matemática trocam os cursos de graduação pela promissora profissão de jogador de poker. Online.

A proibição não evita mais nada. Cada notebook uma roleta, todo smartphone um slot.

Houve um tempo  que legalizados ou não, salões de carteado  funcionavam livremente.

Mais honestos que os grandes cassinos que cientificamente, determinam previamente qual o percentual de lucro de cada equipamento, sem dar bolas para a urucubaca.

A casa era o valor cobrado pelo banqueiro para as despesas de manutenção das salas, mesas e baralhos, sempre novos.

Cafezinho e alguma regalia, mantinham a clientela cativa. E acordada.

O valor das apostas selecionava os contendores pelo poder gastativo. Os adversários escolhidos entre os próprios atletas.

Na falta de quórum, jogadores profissionais podiam ser acionados, sem prejuízos para as apostas.

Cabreiro era profissão reconhecida. Sem direito a assentamento na carteira profissional.

Nos fundos do bar, num recinto sem ventiladores e de janelas semi-fechadas para que o vento não revirasse tudo, o calor e frio eram regulados pela emoção da carta chorada, que vinha ou teimava em não vir.

No tempo em que o pif-paf era chamado de relancinho, dos notáveis da paróquia, só o padre não era praticante. Mas nada impedia que vez por outra aparecesse um vigarista.

A sequência de rodadas naquele começo de noite foi subitamente interrompida pelo moleque de recados.

O único médico da cidade, com o jogo armado e a sorte promissora , ao saber que estava sendo aguardado com urgência no hospital, esbravejou:

Isso lá é hora de se quebrar braço!

One thought on “MOEDA CIRCULANTE

  • Geraldo Batista de Araújo

    Este site tem um defeito. Se eu disser que gostei ele não envia e escreve: parece que você já disse isso. Sendo assim vou mentir. Detestei o texto, mas agradável ler o douto cujo.

    Resposta

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