11 de maio de 2024
Imprensa Nacional

“Movimento anti-vacina e de fake news veio pra ficar”, diz Dimas Covas do Instituto Butantã

Do Globo

O hematologista Dimas Covas foi um dos nomes mais importantes no combate à pandemia de Covid19 no país.

Lutou para trazer a CoronaVac, a primeira vacina contra a doença aplicada no Brasil.

De uns tempos para cá, Covas passou a abraçar outras batalhas, como a recente disseminação da varíola dos macacos e da poliomielite e aponta caminhos para frear as doenças em território nacional.

O Butantan já começou a se mobilizar para procurar parcerias no mundo no intuito de desenvolver e produzir essa vacina localmente, visto que o instituto produziu o imunizante da varíola no passado.

Os casos de poliomielite têm subido em diversos países no mundo pela baixa cobertura vacinal. Qual é a causa dessa queda na cobertura?

A cobertura além de ser baixa é heterogênea. Há estados com coberturas baixíssimas, de 30% a 35%, e lugares, com taxas de 80%. Não só com a pólio ocorre isso. Tivemos recentemente crise de sarampo em pessoas adultas, que é muito mais grave em relação ao aparecimento da doença em crianças. Isso é um grande problema que pode permitir o retorno de doenças já controladas.

Entre as causas principais é o movimento das fake news, assim como os grupos antivacina. Eles têm ganhado força. É uma coisa que veio para ficar, não é uma onda, é algo que está se estabelecendo.

Não era algo habitual no Brasil, que sempre foi considerado um país exemplo em vacinação. Agora essa resistência ao imunizante ainda ganha respaldo de autoridades importantes da nação desconsiderando a importância das vacinas na prevenção das doenças de uma forma geral.

É como se voltássemos aos anos 40, quando não tínhamos vacinas e as pessoas ficavam desesperadas esperando ter alguma solução.

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