Nos EUA, pais proíbem vacinas e adolescentes procuram maneiras de consegui-las
Fonte: The New York Times, 27/06/2021
A vacinação de crianças e adolescentes é crucial para alcançar ampla imunidade ao coronavírus e retorno à escola normal e às rotinas de trabalho. Mas embora as vacinas da Covid tenham sido autorizadas para crianças de até 12 anos, muitos pais, preocupados com os efeitos colaterais e assustados com a novidade das vacinas, evitaram que seus filhos as tomassem.
Uma pesquisa recente da Kaiser Family Foundation descobriu que apenas três em cada dez pais de crianças entre 12 e 17 anos pretendiam permitir que eles fossem vacinados imediatamente.
Muitos dizem que esperarão por dados de segurança de longo prazo ou pelo estímulo de uma ordem escolar. Mas, com muitos adolescentes ansiosos para receber doses que consideram um desbloqueio das liberdades negadas durante a pandemia, as tensões estão crescendo em lares nos quais os pais defendem um duro não.
Quarenta estados exigem o consentimento dos pais para a vacinação de menores de 18 anos, e Nebraska estabelece a idade para 19 anos. (Alguns estados concedem isenções para adolescentes sem-teto ou emancipados.)
Agora, por causa da crise de Covid, alguns estados e cidades estão tentando relaxar as regras de consentimento médico, aprovando estatutos que permitem que menores de idade obtenham a vacina contra o HPV, que previne alguns tipos de câncer causados por um vírus sexualmente transmissível.
Embora os médicos tenham tentado inspirar confiança aos pais e aos pacientes sobre a vacina, não há muito que eles possam fazer quando os pais se opõem.
Recentemente, o Dr. Mobeen H. Rathore, professor de pediatria da faculdade de medicina da Universidade da Flórida em Jacksonville, disse a uma paciente cuja mãe recusou o consentimento que ela não poderia receber a vacina Covid até completar 18 anos, em três semanas.
“Ela foi vacinada no dia do aniversário”, disse Rathore. “Ela me enviou uma mensagem dizendo que era seu presente de aniversário para ela mesma.”
TL Comenta:
Nos Estados Unidos, onde sobram vacinas e faltam braços juvenis, o percentual da população que recebeu a primeira dose se aproxima dos completamente imunizados, em torno dos 50%.
No Brasil, há unanimidade a favor da vacina. Os efeitos colaterais temidos pelos americanos não foram registrados por aqui.
Se os prêmios oferecidos não sensibilizarem nossos irmãos do norte, seus índices de imunização deverão ser ultrapassados pelos brasileiros até setembro.
