NOTAS PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Os eleitos pelo voto popular estarão sempre em avaliação. Sob diferentes ângulos. E olhos. Dos adversários, críticos; dos apoiadores, benevolentes.
A imprensa cumpre seu mister, respeitando um calendário não oficial. As mídias sociais fazem o resto. O tempo todo. Enquanto o STF deixar.
Ao fim dos primeiros cem dias, do semestre e do ano, análises, balanços e balancetes.
Prós e contras. Virtudes e pecados. Acertos. Deveres e haveres.
Na sesmaria do Rio Grande, virada a primeira página, a pauta única continuava. Sem planos, todos os esforços concentrados nos salários dos servidores. Que continuavam atrasados.
Então a pandemia chegou. Antes do ano novo começar pra valer. Brincou a folia momesca na maior animação e anonimato e só deu as caras na quaresma.
Pra começar, toque de recolher, agenda de sobrevivência e relógios parados.
Ou alguém tem dúvida que no futuro, contaremos os dias, meses e anos, antes e depois do coronavírus?
O platô da curva pouco achatada em que nos encontramos, é ponto de observação adequado para uma análise preliminar do desempenho da governadora e do seu governo.
Antes do paciente zero, a fé na proteção da padroeira seria a salvação.
‘Aonde esta imagem aportar nenhuma desgraça acontecerá.’
Às primeiras cobranças de medidas mais efetivas que decretação de expediente corrido nas repartições públicas, mais negação e repúdio. Claramente, para evitar pânico.
Não havia aulas (pela greve dos professores), os serviços estavam fechados há anos, (por falta de recursos e prioridades) mas os viajantes vindos da Europa infectada continuavam sem qualquer vigilância sanitária.
Orientações de higiene e distanciamento não combinavam com a ameaça de falta d’água.
O susto da contagem incessante levou à importação do terror nas previsões de números catastróficos e cenários tenebrosos.
Justificativas para o fique em casa e medidas que reduziram a atividade econômica ao essencial.
Anúncio da solução com hospitais de campanha. Sorte de ter perdido a onda e aprendido uma lição. Os que resolvem, são os de verdade.
Organizar, ampliar e melhorar o que se tem.
A crise cada vez maior e o último pedido de socorro. Salvação que vem de fora.
Abraço de afogados no consórcio companheiro e transferência de responsabilidade para os remediados da família federativa.
Mistura de síndrome de pânico e mania de perseguição traduzida em anúncio de punição por notícias falsas. Como se alguém pudesse imaginar piores que as bebidas nas fontes oficiais.
O tempo isolado, longo pra quem cedeu e curto para o preparo das defesas, acabou.
O inimigo com seu ritmo alucinante, não esperou por ninguém.
É hora de usar as armas que se tem.
Contar com a bravura dos soldados no front, cientes que ali, infantes, ex-combatentes e trincheiras improvisadas são frágeis e pouco eficazes.
A tática da resistência não desobriga os estrategistas de olharem mais pra frente.
Quem vai alimentar e cuidar dos sobreviventes?
* (São notas prévias. O resultado final desta avaliação será conhecido em 2022).