3 de maio de 2024
Coronavírus

VELHO ANORMAL

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O aviso do corretor  de seguros que a apólice do carro está prestes a vencer, é sinal de turbulência financeira. E que o prazo para a renovação muito curto, dispensa consultas à concorrência.

O sinistroso sem gastar saliva, vai logo teclando os melhores preços e condições de pagamento.                                 

A cobertura, com a abrangência de sempre e os bônus por invalidez parcial ou total, que ninguém quer nem pode desfrutar, vêm  junto com outros benefícios,  nunca requeridos. Por esquecimento.

Boleto enviado e logo encaminhado para o home banking. Pago, debitado da conta e comprovante remetido para controle do agente pastoreador dos infortúnios automobilísticos alheios.

Operações realizadas em poucos minutos.

Tudo feito em hammock office, pelo onipresente e indispensável smartphone.                            

Sem aglomerações, deslocamentos, filas nem boicote à taxa de isolamento determinada pelo comitê científico.

Tudo moderníssimo e na maior normalidade.

Vírgula.

Em tempos de pandemia, nada está seguro como antes parecia estar. Muito menos para todos  os membros da família, se incluído o beberrão perdulário de quatro rodas.

De 14 em 14 dias, afora as conversas pra boi dormir, a quarentena multiplicada por 3, continua sem data pra terminar.

O tempo de inatividade, reclusão e motor parado não foi sequer cogitado na composição do novo preço do prêmio. Nem para redução da franquia.

A probabilidade do sinistro acontecer, reduzida em 25% no período da vigência atual, não motivou nenhum ajuste no valor da apólice.

Condutores habituais em recesso compulsório estão menos expostos aos infortúnios. Isso não foi levado em conta.

Com o trânsito fluindo como se todo dia fosse quarta-feira  de cinzas, o único perigo que correm nossos carros, além de algum mofo, acúmulo de teias de aranha e os roubos já planilhados, é ter a bateria arriada. Mas isso é outra estória. Sem cobertura contratual.

A não ser que já estejam prevendo aumento das despesas, numa segunda onda, quando o tráfego voltar a engarrafar.                                          

Por abalroamentos, colisões e barbeiragens, com a volta dos cangueiros de sempre e os novos, desacostumados, aos volantes.

Ou as seguradoras revisam suas planilhas de custos e preços, ou os clientes automobilistas começam a fazer as mudanças que os novos tempos estão exigindo.

Seguro, pra que seguro,  se nossos carangos não rodam mais?

E a propósito, pra que carro, se de casa não podemos sair?

É bom estarmos preparados que a nova contaminação que já atinge os tifosi, acaba chegando por aqui.

Ritirari la macchina.                                                  Stai a casa.

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