2 de maio de 2024
Coronavírus

O ANO QUE AINDA NÃO TERMINOU

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O curso da pandemia, mesmo nos baixios das curvas de contaminação, continua  provocando revelações surpreendentes.

2020 está sendo o ano de todos os recordes. Nos outros que virão, o Guiness vai demorar a ser atualizado.

Nem festejamos os santos forrozeiros e já estamos às vésperas das festas de ano.

Como dizem, estupefatos, os desocupados  fiscais do tempo, o ano acabou.

Já é hora de usar a primeira parcela do décimo para as compras de Natal.

E quem ainda acredita em Papai Noel, achar que está recebendo adiantamento do que era queimado antes  que as  fogueiras de São Pedro virassem cinzas.

A temporada das listas dos maiores e melhores do ano está aberta.

Alguns, sem concorrentes, já estão escolhidos.

A tragédia do ano começa como hors concurs, ganhando por antecipação o título da década, século e quem sabe, de todos os tempos.

Entre todos os campeões, um escapou do desastre mas provocou danos inimagináveis.

O carnaval foi a festa que mais aglomerou e disseminou a terrível doença.

A categoria este ano, na ausência das paradas gays, fica sem vice-campeão.

Alguns recordes foram batidos e merecem registros.

Desde que estes levantamentos começaram a ser feitos, nunca um ano teve menos acidentes de motos e doentes internados pelos corredores do Walfredo.

Nenhum queimado por rojão, nem traque pum-de-velha.

A saidinha de banco foi o modo de ataque criminoso que mais recuou.

Acreditam os policiais da inteligência e o eleitorado do delegado candidato que o segmento migrou para o setor de golpes por telefone.

A boa notícia é que a prática de tão empregada e repetida, não engana mais ninguém. Não pega o mais ingênuo mané com estória de sequestro de filha, também em quarentena.

Dificilmente em algum outro ano,  poucos viajantes descolados, mesmo os que costumam brincar desanimados entrudos nos superlotados navios da Costa Cruzeiros, haverão de postar nas redes sociais, fotos nos jardins de Keukenhof, na viagem da primavera nem deitados sobre  as folhas outonais, compondo tapetes nas praças de Winnipeg e no Instagram.

No esporte, em que pese a não realização das Olimpíadas, um saldo positivo.

A inexistência de brigas entre torcidas  de arruaceiros fanáticos.

O ano do paradoxo se encerra com grande produção da indústria do cinema e todas as salas de exibição fechadas.

Filmes que concorrerão ao Oscar, assistidos por multidões.

Sem filas nas bilheterias nem reclamações do barulho que fazem os vizinhos, devoradores de pipocas.

Desde que a Lei Rouanet distribui alegrias, artistas  nunca tinham reunido tantos espectadores quanto nas lives.

Paula Lavigne que o diga.

A maneira de ir ao sofá aonde o povo está, é acessível e democrática.

O YouTube abriu os seus canais. Seu uso independe de aprovação de projeto e apoios futuros a quem inflou o QI.

Na categoria mico do ano, uma unanimidade.

Ou tem pareia pra juiz que na espera do lugar garantido no olimpo, resolve passar uma chuva na casa de mãe joana?


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