A volta da Cloroquina em grande estilo
A Hidroxicloroquina usada no tratamento precoce e profilaxia, na primeira onda da COVID-19, está perdendo a fama de Geni, quando surgem evidências científicas que atestam seu uso adequado.
Em estudos randomizados, controlados por placebo, duplo cego, em profilaxia pré-exposição, pessoas designadas para o uso de hidroxicloroquina tiveram 28% menos risco de Covid-19”, afirmou Dr Miguel Hernan, professor de Harvard
A Hidroxicloroquina para profilaxia da COVID–19 atingiu o mais alto nível de evidência científica: uma revisão sistemática com meta análise revisada por pares, ou seja, a qualidade da pesquisa foi atestada por outros cientistas.
O estudo foi publicado na conceituada Revista Europeia de Epidemiologia, um periódico científico de alto impacto.
Entre os cinco autores, dois são da Universidade de Harvard, uma das mais bem conceituadas do mundo. Um deles é o cientista Xavier Garcia de Alberniz, líder do estudo e pesquisador associado do Departamento de Epidemiologia da Universidade. Outro é o Dr.Miguel de Herman, membro do corpo docente em epidemiologia e bioestatística da Harvard-MIT Division of Health Sciences & Technology, além de ser diretor do CAUSALab, uma entidade de Harvard que visa orientar políticas públicas.
A revisão sistemática e meta-análise, um estudo que analisa estudos anteriores já publicados, incluiu apenas pesquisas médicas randomizadas e controladas, o conhecido “padrão ouro” das pesquisas com medicamentos.
“Pessoas designadas para o uso de hidroxicloroquina tiveram 28% menos risco de Covid-19”, afirmou Hernan.
No estudo, os pesquisadores deram um puxão de orelha na comunidade científica internacional:
“Os resultados ‘não estatisticamente significativos’ dos primeiros ensaios de profilaxia foram amplamente interpretados como prova definitiva da falta de eficácia da Hidroxicloroquina. Esta interpretação perturbou a conclusão dos restantes ensaios”.
Eles falavam dos estudos isolados que foram positivos para a Hidroxicloroquina, mas que por serem pequenos, não tiveram poder estatístico para atestar a eficácia, algo parecido como um “tecnicamente empatado” das pesquisas eleitorais.
“A Hidroxicloroquina foi considerada pela comunidade médica como ineficaz para a profilaxia da COVID-19. A emergência desse consenso foi surpreendente porque os ensaios encontraram um risco mais baixo de COVID-19 no grupo Hidroxicloroquina , embora fossem demasiado pequenos para descartar seus benefícios ou danos”.
Os autores explicaram que devido ao consenso criado erroneamente, afirmando insistentemente a ineficácia da Hidroxicloroquina, além de um exagero da mídia em relação a efeitos colaterais, gerou uma falta de estudos, porque faltaram voluntários.
Fonte: European Journal of Epidemiology, agosto de 2022
Eh, doutor, as coisas são como são.