26 de abril de 2024
CoronavírusMemória

O POÇO DA TEIMOSIA

A verdade saindo do poço (1896) –  Jean-Léon Gérôme – Museu Anne de Beaujeu, Moulins, França


Passados  dois anos,  surgia  a primeira grande contradição, para não dizer, falta de verdade, da pandemia.

Não podemos condecorar com o esquecimento,  o escrete de sabichões que receitavam o primeiro e filosofal método de tratamento, que sabe-se agora, nunca teve comprovação para o enfrentamento da doença desconhecida.

Afirmações – sem lastro em observações comprováveis – se todos ficassem isolados e presos nas suas gaiolas, o mal por si acabaria.

Por algum tempo, o isolamento passou a ser o item mais pesado na cesta dos índice internacionais de desenvolvimento humano.

Os países que por força ou convencimento, conseguiram implantar um sistema de austeridade social, aprimorado ao sabor dos ventos contaminados e da imaginação dos comitês de assessoramento, eram invejados.

A adaptação, a partir de  um  exagero de tradução, pode não ter  feito  qualquer diferença no comportamento da pandemia, nos trópicos.

A velha mania de importar de outra línguas, palavras que já existem na inculta e bela, confundiu a população no cumprimento de ordens e restrições que acreditava-se,  iria parar a disseminação da virose sem controle.

Em tupiniquim, lockdown virou sinônimo de fechar birosca.

O termo quando usado no idioma original, é mais radical.

Paralisação total, menos as necessidades essenciais – comida e remédios – respeitada a liberdade de culto, no recesso dos sacrossantos lares, em preces individuais.

O mais alto grau de reclusão recebeu de batismo, um  nome de origem latina: confinamento, não vingou nestes confins, de última fronteira.

Esperava-se que, por tempo determinado, paradoxalmente,  conferisse a imunidade ao rebanho, antes que as vacinas pudessem apressar o processo imunológico.

Por onde foi implantado,  as pessoas respeitaram  as ordens de seus dirigentes, tendo surgido até, saudosos fiscais do sarney d’alem outros mares bravios e evoluídos

Por aqui, esqueceram  as verdades cruas de nunca ter havido uma  grávida meio virgem; nem criança nascida de quase gravidez.

O arremedo  do que os outros estavam fazendo, não passou  de marketing enganador,  para mostrar  resultados incríveis, como frutos dos sucessivos decretos de restrições.

Estabelecimentos e até praias, fechadas à força policial, enquanto  transportes públicos cada vez mais apinhados, denunciavam a falta de um mínimo de lógica, com o pico na curva da insensatez, estampado na tentativa de imposição de um passaporte sanitário

As pessoas até que  acreditavam em seus sacrifícios pessoais, somando aos resultados  anunciados pelos guardiões do conhecimento, mostrados nos  saturantes anúncios de TV.

Acalmado o vendaval, o mais completo trabalho com método e controle, divulgado pela Universidade Johns Hopkins, revelou que os enclausuramentos, se muito, contribuíram com redução da mortalidade pelo coronavírus, em 0,2 %.

Um preço excessivamente alto para pouco resultado.

As tentativas de criminalizar o direito à dúvida, ainda impedem  que outra  verdade também saia do poço da soberba.

Quem são os verdadeiros negacionistas?

Bonaparte diante da Esfinge (1886) – Jean-Léon Gérôme – Castelo de Hearst, San Simeon, Califórnia

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