GOODBYE, MR. BIDEN
A Ciência sempre conviveu com um enorme dilema.
Conciliar a dúvida, um dos seus mais robustos pilares, com a necessidade das verdades transitórias da Medicina serem aceitas para a formação do consenso.
A pandemia trouxe para o centro das discussões, como adaptar o método científico à sua velocidade e aos estragos que não livraram nenhum lugar do planeta.
A interferência político-ideológica era inevitável.
O comando único para fins sanitários, pela Organização Mundial da Saúde, eficaz em várias epidemias, falhou no seu maior teste.
A escassez de recursos, mal que só acometia as nações mais miseráveis, transformou velhos ricos em novos pobres.
A doença desconhecida entrou pela porta da frente dos países que esbanjavam recursos, que lutavam guerras distantes dos seus territórios somente para gastar as sobras que não cabiam mais onde amealhar.
Na capital do mundo, a cidade mais opulenta e iluminada de todas, mostrou autoridade e força.
Botou pra dormir quem cantava em versos, uma glamurosa insônia crônica.
Mostrou que os hospitais mais equipados não davam conta dos pedidos de atendimentos.
Caminhões frigoríficos estacionados nas portas, novos cartões postais, ensinando a impiedosa lição de como morrer à míngua.
Quando tudo estava colorido nos mais escuros tons de cinza, a esperança renasceu como um radiante dia no inverno mais rigoroso.
A confiança na vitória mais uma vez aflorou das turbulentas águas da política, para desembarcar em terra firme, no porto das eleições.
Um político tradicional conquistou a nação dividida, sem rebuscada oratória.
Não apelou para o patriotismo.
Não espanou a poeira dos valores da sociedade, decantados em rimas de ufanismo.
Não convocou as pessoas para sacrifícios que só punem os frágeis.
Não camuflou o verdadeiro, nem dourou a pílula da realidade.
Não esperou que a solução surgisse da inércia.
O mais velho de todos os presidentes americanos, escolheu a compaixão, o caminho a seguir com firme determinação.
Deu certo.
Agora, está chegando a hora da renovação, das novas lideranças.
E de Joseph Robinette Biden Jr entrar para as páginas generosas da História.
Excelente ????