1 de maio de 2024
Coronavírus

PARADA OBRIGATÓRIA

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As lições mais duras estão sendo dadas para as turmas da área da Saúde.

De todos infectados, 20% são cuidadores das doenças dos outros.

Acrescente-se que são pessoas acostumadas a trabalhar em ambientes insalubres e pouco protegidos.

E de serem duros de abater pela doenças mais comuns e sazonais. Pelo menos, ao ponto de afastamento do trabalho.

A Covid-19 está mudando comportamentos.

Os mais idosos já aprenderam que não devem continuar atuando na linha de frente. São posições para infantes.

E que nos hospitais, a permanência não pode ser constante, nem os intervalos de descanso previstos nas leis trabalhistas, burlados.

(Publicação original em 26/06/2019)

ESPRIT DE CORPS

Não somos todos mineiros. Nem polacos. Nem lá muito solidários. Como Otto Lara, só um pouco. No câncer.

Médicos, costumamos opinar sobre a saúde dos colegas mesmo quando não  chamados aos casos.

E mesmo que o problema fuja da especialidade.

Prognósticos mais sombrios ou sugestões de tratamentos mais eficazes. De preferência em outros centros. Outros países.

To be up to date or not.

A questão. Ser e estar bem informado. Por dentro de tudo.  Até da vida alheia.

Dos mais requisitados e atarefados, o cirurgião geral aparece na antessala do centro cirúrgico e pede pra falar com a enfermeira. Não entra. E sai.

Ao  solicitar a marcação de um procedimento, o urologista tem a surpresa de um mapa com muitos horários disponíveis. Coisa rara naquele hospital, sempre tão lotado.

O motivo de tantas vagas foi um acidente sofrido por quem acabara de comunicar afastamento e pedir cancelamento de todas as muitas atividades. Por dois meses, pelo menos.

Na sala de repouso, copa e central de gossips, na hora do lanche, o infortúnio foi comentado.

Sempre em tom de lamento.

Pela inatividade. Pela imobilização. Pelo aparelho gessado. Pelas muletas. Pela fisioterapia. Pela perda da clientela. Pelo prejuízo financeiro. Por tudo.

Não tardaram os detalhes e o  o motivo do azar.

Entre outras várias batalhas que vinha travando contra uns quilinhos e um IMC a mais, o quase sedentário procurou turbinar as atividades físicas.

Na primeira aula do esporte mal escolhido, rompeu o tendão de Aquiles.

Foi quando o recém beneficiado com as lacunas na agenda do inditoso, não se conteve e fez sua abalizada ponderação:

-“É muito bem feito.

  O cara começa a ganhar um   dinheirinho a mais e já quer jogar tênis…“

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