27 de abril de 2024
Coronavírus

Parlamento britânico aponta ‘fracasso’ do governo no início da pandemia

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Fonte: Agência France-Press, 11 de outubro de 2021

Um contundente relatório parlamentar divulgado nesta terça-feira, acusou o governo britânico e seus assessores científicos de erros e grandes atrasos na gestão inicial da pandemia, condenando “um dos maiores fracassos de saúde pública” do país.

A investigação, conduzida por duas comissões parlamentares após meses de sessões, afirma que o governo de Boris Johnson “deliberadamente” adotou uma “estratégia gradual e progressiva” em vez de medidas mais radicais.

Essa “má” decisão foi motivada pelos conselhos de assessores científicos de Downing Street, indica o relatório elaborado com a participação de vários partidos, incluindo os conservadores no poder.

Desde o início da pandemia, o Reino Unido se destacou como um dos países mais afetados pelo coronavírus na Europa, com 138 mil mortes até o momento.

Até 23 de março de 2020, o Executivo “só procurava moderar a velocidade de infecção” na população, em vez de tentar deter completamente sua propagação “devido às recomendações científicas oficiais”.

O estudo observa que o grupo consultivo do governo foi “unânime” em 13 de março de 2020 “sobre o fato de que medidas visando suprimir completamente a disseminação da covid-19 causariam um segundo pico”.

É “espantoso” que tenham demorado tanto para perceber que era necessário um confinamento completo, dizem os parlamentares, apontando que havia evidências da inevitabilidade dessa medida, como um modelo do Imperial College de Londres que previa 500 mil mortes caso a epidemia não fosse contida.

“As decisões relativas ao confinamento e ao distanciamento social tomadas nas primeiras semanas da pandemia – e os conselhos que as provocaram – constituem um dos maiores fracassos de saúde pública que o Reino Unido já viu”, afirmam os legisladores.

O relatório parlamentar também celebra alguns “grandes sucessos” na gestão governamental, como o programa de vacinação implantado rapidamente no país.

“É essencial extrair lições para ser o mais competente possível no resto da pandemia e no futuro”, declararam em comunicado conjunto Greg Clark e Jeremy Hunt, presidentes das duas comissões encarregadas do relatório.


TL Comenta:

A CPI do senado brasileiro, pouco preocupada com o futuro da pandemia, não deverá chegar às mesmas conclusões.

Focada no que passou e na fulanização, não procurou as causas da não adoção de medidas restritivas mais severas.

O Brasil foi dos poucos países que não proibiram viagens entre diversas regiões. Não  suspendeu a circulação dos transportes coletivos, sendo o único a transferir pacientes do epicentro, para lugares menos afetados pela tragédia sanitária.

O atraso do início da vacinação (um mês em relação aos Estados Unidos e duas semanas, aos países europeus), à medida que o tempo e o ritmo  da imunização avança, perde a posição de pai de todos os pecados.

Depois de gastarem a maior parte do tempo  na constatação da existência de conhecidíssima administração paralela, entregue a lobistas e picaretas, os senadores voltaram ao ponto de partida.

Esquecidos até da virulência da Sars-Cov2,  estão de novo insistindo que os maiores responsáveis pela tragédia, não foram as precárias redes de atendimento para doentes críticos, mas os médicos que, entre tantos outros medicamentos, prescreveram ‘cloroquina’.

Uma droga que os próprios senadores não cansam de repetir, não tem comprovação científica.

 

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