28 de abril de 2024
Pesquisa

Pesquisa DataFolha mostra polarização acirrada e peso de SP, RJ e MG na definição

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A pesquisa DataFolha divulgada ontem e com grande repercussão em todo Brasil reforçou a polarização entre Lula e Bolsonaro, mas trouxe um dado novo – com a queda da diferença – não será uma passeio para o ex-presidente do PT, como muitos podem defender.

Afinal, ninguém ganha eleição na véspera.  Nem lá, nem cá. O Datafolha divulgado ontem revela uma oscilação nas intenções de voto, tanto em Bolsonaro quanto em Lula, com este ainda na frente daquele. Mas é ilusão acreditar que as preferências estejam consolidadas.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrou ter recuperado um pouco de fôlego na corrida para o Palácio do Planalto e chegou a 26% de intenções de voto na disputa, que segue sendo liderada pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva, com 43%. Empatados em terceiro lugar vêm ex-juiz Sergio Moro (Podemos, 8%) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT, 6%), seguidos de perto por um pelotão de adversários.

Os números também não trouxeram novidades na chamada terceira via. A escadinha Sergio Moro, Ciro Gomes, João Doria confirmada dentro da margem de erro.

Há conversas entre os três últimos colocados  para que apenas um concorra, de modo a evitar a fragmentação do eleitorado. Nada que prometa comprometer o jogo.

Sobre os números há quem veja um indicativo que haveremos de conviver a partir das próximas pesquisas; a importância maior para os dados dos maiores colégios eleitorais do Brasil.

É lá que está a maior interrogação de uma tendência e é lá que o jogo pode mudar. É o que os Estados Unidos chamam de “Swing Region“, ou seja, uma área de oscilação e por isso mesmo a que poderá trazer surpresas ao pleito.

Felipe Nunes, PHD em ciência política da UFMG, fez alguns apontamentos importantes que este TL reproduz a seguir:

A partir de 2010, o Brasil se polarizou regionalmente.

Enquanto o Nordeste vota no candidato petista, o Sul e Centro-Oeste votam na centro-direita e direita. O Norte fica dividido. Ou seja, a ‘swing region’, aquela cuja mudança de voto define a eleição, é a Sudeste.

 Neste cenário, quem ganhar nesse território tende a ganhar a disputa. Se juntarmos SP, RJ e MG, eles concentram 50 milhões de eleitores, 41% dos votos. É suficiente para merecer uma atenção especial das campanhas.

Em São Paulo, o PT vem sofrendo derrotas consecutivas desde 2006. No RJ e em MG, havia uma tendência pro-PT até 2018, quando Bolsonaro venceu nos dois Estados. Ou seja, eles são os dois swing states brasileiros mais importantes.

MAS O QUE VAI ACONTECER EM 2022? 

Nossas pesquisas mostram que Lula leva vantagem sobre Bolsonaro nos três colégios eleitorais do Sudeste. Combinando com o desempenho dele no Nordeste, poderíamos dizer que o ex-presidente tem um diferencial competitivo importante sobre Bolsonaro.

O cenário não indica que possa haver mudanças no quadro eleitoral para presidente em MG, mas em SP e RJ esse cenário ainda pode mudar, isto é,  a vantagem de Lula não é definitiva.

SP tem voto fortemente marcado pelo antipetismo. E o RJ é o reduto eleitoral de Bolsonaro.

Dos três estados, apenas em MG, Lula supera Bolsonaro na espontânea (27% a 16% em favor do ex-presidente). Em SP, Lula (20%) e Bolsonaro (18%) estão tecnicamente empatados. E no RJ, Bolsonaro está numericamente à frente de Lula (24% a 21%).

Para melhorar suas intenções de voto, Bolsonaro precisa melhorar a avaliação do governo nestes estados.

Mesmo em SP, MG e RJ, estados que em 2018 votaram no bolsonarismo, a avaliação negativa de Bolsonaro supera e muito a positiva.

Na Bahia – e no Nordeste – a rejeição chega a 62%.

Apesar de Bolsonaro ter uma popularidade suficiente para levá-lo ao segundo turno, a avaliação negativa superior a 50% em SP e MG, e próximo dos 50% no RJ, é um importante obstáculo a ser enfrentado. 

2 thoughts on “Pesquisa DataFolha mostra polarização acirrada e peso de SP, RJ e MG na definição

  • Wilkie W Marques

    Quem viver verá :
    Lula vai derreter, Bolsonaro vai se manter,Terceira Via vai crescer.
    Segundo turno Terceira via X Bolsonaro

    Resposta
  • Rogério

    Graças a Deus o RN, não faz diferença, pense em um povo INGRATO. Bolsonaro fez pelo Nordeste, o que o ex presidiário nunca fez. E olha que a diferença que lá atrás era de 80 X 20%. Hoje, é quase 50 X 50. Será que o povo do nosso estado ainda continua com aquele lema de rouba mais faz. Acho que não. Veremos.

    Resposta

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