7 de maio de 2024
Opinião

Procura-se candidato a Governador. Para Senador sobram os candidatos

Roda Viva – Cassiano Arruda Câmara  09- 12- 20

Passada a eleição. Contados os votos. Interpretadas as consequências. A política voltou a ser praticada no nosso Rio Grande do Norte. Os primeiros passos estão sendo dados no em torno de dois partidos, os partidos de fato:

1 – O Partido do Governo (PT);
2 – O Partido da Assembleia (PSDB).

Aí vale muito o que está sendo feito no em torno dos núcleos partidários, com maior movimentação no Partido na Assembleia que não conseguiu identificar, ainda, um nome viável para disputar o Governo.

Embora no número de candidatos ao Senado tenha overbooking.

Por enquanto com tudo em aberto as conversas são desenvolvidas em diferentes níveis, começando com a turma da primeira costura.

O deputado Gustavo Carvalho e o ex-deputado Fábio Dantas, entre outros, estão na área.

Uma primeira dúvida no Partido do Governo: A chapa – Fátima-Jean Paul – está completa?

Se estiver, repercute do outro lado, onde o excesso de candidatos ao Senado é explicada pela fragilidade que acreditam ter o adversário.

A escassez de candidatos ao Governo tem outro motivo: a falta de coragem para pegar o pepino administrativo, na eventualidade de uma vitória eleitoral.

UM NOVO ARRANJO

A colocação dos dois “partidos” (os que estão funcionando de fato), é explicada pela necessidade de ser feito um novo arranjo político para acomodar as diferentes forças no regulamento eleitoral, a partir, da proibição de coligações na formação das chapas proporcionais. Coligação só é permitida para a chapa majoritária (Presidente, Governador, Senador).

O “Partido da Assembleia” saiu na frente atuando já na pré campanha municipal, especialmente no Seridó, aproveitou as bases do presidente Ezequiel Ferreira.

Diante da falta de apoio para as chefias políticas do Interior, a proposta desse partido entrou fácil “que nem faca em melancia”, nas palavras de um sertanejo. Numericamente foi o que mais cresceu no RN . Tinha 10 Prefeituras, ficou com 31; incluindo a Prefeitura de Natal, além de ter se estruturado em muitos municípios.

As 29 cadeiras da Câmara de Natal foram distribuídas com filiados de 16 Partidos (de direito) e uma lição, do apresentador de TV, Leo Souza, que se elegeria em qualquer legenda, mas sem coligar, não fez quociente eleitoral e nem ficou suplente.

Repetiu a professora Amanda Gurgel, que foi a segunda mais votada em 2016, mas seu partido não fez o quociente e ela terminou derrotada (e depois se mudou para o Rio Grande do Sul).

É OBRIGADO COLIGAR

Por que o vereador Felipe Alves trocou o MDB (partido que tem a história de sua família) pelo PDT, mesmo tendo seu primo Walter Alves como Presidente do partido que abandonou?

Talvez seja o maior exemplo do pragmatismo dos nossos edis, aderindo a uma Operação montada pelo Presidente da Câmara, Paulinho Freire, que com mapas de votação, mostrou o perigo que cada vereador corria, se insistisse em campanha independente, sem coligação. Ele operou com duas legendas. Cinco foram eleitos pelo PDT (o próprio Paulinho, Aldo Clemente, Robinson Carvalho, Felipe Alves e Nina Souza).

Freire prometia um mínimo de cinco eleitos e como a vereadora Júlia Arruda ameaçava alguém do esquema foi literalmente “expulsa” do partido na véspera do prazo de registro. Para escapar, ela filiou-se ao PC do B, conquistando uma vitória difícil. Seu quarto mandato.

A outra legenda do PSDB, que tinha Paulinho como Presidente do Diretório Municipal, elegeu só três. E cinco ou seis, dos integrantes do esquema não se reelegeram, inclusive um campeão de votos, o radialista Luiz Almir.

BURACO MAIS EM CIMA

Não precisa ser um argumentador do nível de Paulinho Freire para mostrar que, sem coligação, o único partido que teria eleito mais de um Deputado Federal em 2016 foi o PT (Natalia Bonevides e Fernando Mineiro, que ainda briga por uma cadeira com Beto Rosado).

Todos os outros se elegeram em coligação com outras legendas (que está vedado agora), e um só deles não conseguiu votos suficientes para atingir o quociente eleitoral.

Daí a necessidade de uma retaguarda partidária para começar trabalhando antes, na formação da famosa nominata (lista de candidatos organizada com postulantes para disputar realmente, e aqueles que sabem que terão votação pequena, mas somarão para atingir o quociente e serão contemplados de outra forma.

Um craque nessa matéria é Getúlio Batista que herdou o PTB de Walter Alves e elegeu três Vereadores em Natal, enquanto o MDB (que seria o partido matriz), apenas, um.

Na Assembleia Legislativa, a situação é semelhante, com brecha para uma Operação de troca de legenda, como houve na Câmara de Natal, sem a necessidade de inflar ainda mais as legendas que vão disputar a os postos majoritários.

Fábio Dantas e Gustavo Carvalho estão dando tempo integral a esse projeto a ser colocado a mesa na hora das definições.

UNIÃO PELO NOSSO RN

As transições são propicias ao entendimento, aos grandes acordos, sobretudo como, agora, quando as maiores lideranças políticas estaduais estão vivendo o fim de carreira, algumas sem mandato.

Foi assim, em 1978 quando surgiu a “Paz Pública” tecida artesanalmente – e cuidadosamente – pelo governador Tarcísio Maia. Aquele grande acordo desembocou nas eleições de Lavoisier Maia e José Agripino, este da geração de Henrique Alves e Garibaldi Alves, que agora começam a cuidar, como ele, da própria aposentadoria.

Os três detentores de prestígio e contatos na alta cúpula brasileira, deixando seu Estado órfão nas altas esferas da República.

Mas tudo vai depender das conversas políticas que estão sendo desenvolvidas agora, identificando as demandas, e as oportunidades. Sobretudo as oportunidades com o enorme espaço resultante da substituição feita, sem levar em conta a falta de conhecimento (da aldeia e dos seus caboclos), experiência (de política e de Rio Grande do Norte) e talento (natural de quem é vocacionado para uma missão diferente de tudo) por quem surfou a onda de uma “nova política”, como se esses requisitos pudessem ser dispensados, sem se pagar um alto preço como estamos pagando.

Assim como todos os brasileiros que não querem aprender que NOVO não quer dizer MELHOR.

Os próximos 15 meses, portanto, vão ser emocionantes. Sobretudo se a política continuar sendo exercida, como começou a pintar, sobretudo nesse último mês depois da eleição.

One thought on “Procura-se candidato a Governador. Para Senador sobram os candidatos

  • As Chapas devem ser

    Fátima Governadora
    Carlos Eduardo para o Senado

    Rogério Marinho Governador
    Ezequiel ou Fábio Faria pra o Senado

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *