3 de maio de 2024
Comportamento

QUAL É A DO WHATSAPP?

O grito (1983) – Oswaldo Guayasamín (1919-1999)

Todo cuidado que já não era pouco, deve ser aumentado ainda mais.

Os mais calejados diriam, redobrado.

Com o que se fala e  se escreve.

Por mais restrito, camarada, familiar ou corporativo, seja o grupo.

Ao vivo ou por aplicativos.

À luz do sol, na sombra ou na penumbra.

Ninguém sabe mais o que pode ser recuperado, transcrito, gravado e degravado.

Para depois, ser usado e abusado.

Mesmo conversas de pai e filha,  estão sendo criminalizadas, valendo como provas, tudo que se fala à vera, ou na brinca.

Só depende de quem intercepta e interpreta.                          

Do jeito que corre esse riacho, em direção ao mar da intolerância, os precavidos serão  mudos, surdos, analfabetos digitais, e pouco cerebrais.

Quem garante que os russos, entre um míssel ultrassônico e outro, já não estejam lendo o pensamento dos outros à distância?

A pressa continua sendo amiga das confusões.

Antes-de-ontem já é passado remoto.

O que se ouviu ontem é pra ser esquecido.

Os últimos acontecimentos  desmentem os chineses e seus provérbios que creem e rezam, a palavra lançada não volta mais.

O verbo, como  um bumerangue, não se perde no caminho da volta.                                        

Tem quem jure de pés juntos que vai chegar o tempo quando será possível recuperar e ouvir o Sermão da Montanha, no som original.                                                                

É de imaginar o que pode acontecer com o maior feito da arqueotecnologia.                        

E com os crentes, carolas, teólogos, descrentes, agnósticos e com os que tiverem medo de  opinar.       

Quem acredita ou não nos áudios esmiuçados pelos peritos, serão contados em pesquisas com mínimas margens de erros

Aquele senador gasguito vai pedir  uma CPI.    

O supremo ministro tipificará  na lei  das  fakenews.

 Trend topic sem igual.

 Mas enquanto não chegamos lá, não custa simplificar um pouquinho.

No país de tantas regras, anda faltando a do bom senso.

Se todos simplesmente entenderem o que significa o meu, o seu, o nosso zap-zap.

Começando pela tradução.    

Qual é?

Um ambiente tão coloquial  não pode ser levado muito a sério.

Um exemplo já foi dado pela turma de caminhantes madrugadores, que resolveu todos os conflitos de forma menos burra.

Acabaram-se  o disse-me-disse e o quis-dizer.

Bastou um decreto, sem  patrono, não promulgado, e aceito à unanimidade:

Tudo que é dito aqui, antes das 7 da manhã, fica aqui.                                               

Mesmo gravado, nada vale.

As obras de Oswaldo Guayasamín pertencem à Fundación Guayasamín – Quito, Equador

(Este texto contém reflexões iniciadas em 04/07/19)

2 thoughts on “QUAL É A DO WHATSAPP?

  • Geraldo Batista de Araújo

    A única coisa que posso dizer é que continuo achando ótimos os textos do “aprendiz” cada dia mais sabido
    Bom dia a todos.

    Resposta
  • Luíz Costa

    Na verdade o “aprendiz” é bom de escrita. Leitura obrigatória e diária!

    Resposta

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