2 de maio de 2024
Opinião

Resultado de Flávio Dino na CCJ foi nocaute na oposição

Para quem  assistiu toda a audiência da CCJ na Câmara Federal com a presença do ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança) na tarde de terça-feira, 28, não pode ter outra conclusão; ele não deixou brecha para os adversários ansiosos por “lacração”.

Não houve perguntas sem respostas, não houve imprecisão de dados, não houve omissão de contextos.

Houve um convidado seguro, sereno e para dificultar ainda mais o trabalho da oposição; muita ironia, inteligência e bom humor. Para alguns, o tom foi de deboche.

O próprio Dino explicou o uso da ferramenta do humor,  auto-defesa para se blindar de acusações graves como, por exemplo, entendimento com crime organizado do Rio de Janeiro. “É uma forma de enfrentar os fascistas”.

Um desmonte de fake news em série, que foi submetido nos últimos meses sem perder a elegância, que os opositores também insistem em questionar com o sobrepeso do ministro. Isso, sim, pacífico e inofensivo para ambas as partes.

Flavio Dino demoliu pegadinhas como as feitas pelo deputado André de Paula, pareceu se divertir com o despreparo parlamentar e jurídico dos inquisidores e comandou o depoimento por quatro horas.

RN PRESENTE ? 

O Rio Grande do Norte foi alvo de alguns questionamentos da ala bolsonarista da Câmara .

Por que o Ministério abriu mão das Forças Armadas no combate aos ataques terroristas do Crime Organizado?

Dino respondeu que o estado conta com 700 homens desde os primeiros dias de ataque e que a crise está sob controle sem necessidade de medidas extremas por enquanto.

Único deputado federal da CCJ do RN, o deputado e ex-governador Robinson Faria (PL) estava presente, tirou fotos para as redes sociais, mas nada disse sobre o debate.

Por falar em redes sociais, um mundo à parte dito e repetido pelo próprio Dino.

Lá, por sinal, pode se encontrar  versões que o ministro foi emparedado pela oposição. É porque com edições, montagens e supressão do inteiro teor fica mais fácil de manipular os aliados de plantão.

Na fala do deputado Nikolas Ferreira, o mineiro que usou peruca no dia da mulher na tribuna da Câmara, a reclamação que aquela Casa não é circo. Que boa reflexão. Será que já podemos atribuir aos efeitos colaterais do ministro Dino no recinto?

Por fim, a lamentável confusão com um vocativo “chupetinha” atribuída ao presidente da CCJ, deputado Ruy Falcão. Parecia até casca de banana em tempo real. A fala foi dita, mas não pelo petista. O mistério do autor continua.

Resumindo, Flavio Dino saiu da CCJ maior do que entrou, esclarecendo sua participação antes, durante e depois do 08 de setembro, deixou claro que não entrou no Complexo da Maré sem escolta  policial, que não responde processo judicial algum e que a Polícia Federal tem autonomia para atuar em seu mais amplo dever. Por isso recebeu elogios até da deputada Rosângela Moro (UB).

Na despedida, a promessa de voltar quantas vezes forem necessárias.

Resta saber se a turma da oposição vai querer novo round, se preparar melhor e emparedar o Dino. Ontem, não conseguiu.

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