SALVE, SALVE O LOCKDOWN MEIA-BOCA
Um erro de tradução pode fazer toda a diferença no enfrentamento da pandemia.
A velha mania de importar de outra línguas, palavras que já existem na inculta e bela, confunde a população no cumprimento de ordens e restrições que sabidamente podem parar a disseminação da virose sem controle.
Lockdown virou sinônimo de fechar birosca.
E não é bem isto.
O termo quando usado no idioma original, é muito mais radical.
Para tudo e todos.
Menos as atividades essenciais, comida e remédios, respeitada a liberdade de culto, no recesso dos sacrossantos lares, em preces individuais.
O mais alto grau de isolamento tem nome de origem no Latim:
Confinamento.
Nos confins, na última fronteira.
Por tempo determinado, paradoxalmente, pode apressar a imunidade do rebanho.
Por onde foi implantado, as pessoas respeitam seus dirigentes.
E estes se dão ao respeito.
Quando o assunto é a liberdade individual, até a matemática é contrariada.
O todo pode não ter duas metades iguais.
Sem falar nos métodos de concepção tradicionais, não há grávida meio virgem, nem criança nascida de meia gravidez.
Arremedar o que os outros estão fazendo de verdade, além de marketing enganador, não é benchmarking eficaz.
As práticas importadas e adotadas precisam de um mínimo de lógica para serem entendidas e seguidas.
As pessoas têm que acreditar que seus sacrifícios pessoais realmente ajudam e somarão aos resultados esperados.
É fácil perceber quando o que se tenta é tática de quem quer seguir no jogo das aparências e desculpas. E sair bem na fita.
Máscaras funcionam. Quando são obrigadas a serem usadas.
Álcool em gel funciona. Quando limpam as mãos obsessivo-compulsivamente.
Distanciamento social funciona. Quando todas as pessoas permanecem isoladas.
Um decreto governamental que determina o fechamento dos parques (plural majestático), mostra logo sua inutilidade.
O Parque das Dunas, único a ter os portões cerrados, é testemunha que a rua em frente estará repleta de caminhantes, mais aglomerados, dividindo a pista com carros e ônibus.
E sem obrigação de uso dos protetores faciais.
A restrição de horários para o funcionamento do comércio, bares e restaurantes não resiste a um simples cálculo da concentração de pessoas em determinado espaço, por menor tempo.
A circulação de ônibus com frota reduzida e passageiros espremidos é outra agressão às inteligências medianas.
Quando falarem em Lockdown, lembrem-se de Auckland.
Seus quase dois milhões de habitantes vão passar sete dias sem poder sair de casa. Por conta de um único caso confirmado.
Se a ordem é mesmo pra valer, tem que fazer como os manos das comunidades.
Já está passando da hora de um Salve Geral.
aglomerações continuam aconteeceendo. Não somos um povo civilizado nem conscietes do perigo.