12 de maio de 2024
Opinião

Situação das estradas do RN é como da reta fora da curva

Roda Viva – Tribuna do Norte – 18/04/23

Houve época – e não faz tanto tempo assim – que o automobilista nordestino não precisava conferir na placa se havia chegado ao território do Rio Grande do Norte.

Hoje em dia também não precisa desta conferência.

No passado, porque a conservação das estradas do RN era exemplar, diferente dos vizinhos.

Agora porque a situação das nossas estradas, de tão ruim, já há algum tempo, mostra que a diferença da má conservação das estradas do RN não deixa dúvidas.

Mesmo contrariando os dados oficiais, o próprio Governo do Estado, responsável pela gestão do sistema de rodoviário, saiu do silêncio para anunciar o aporte de R$ 62 milhões em projetos que “contemplarão sete distritos rodoviários e vão beneficiar todo o Estado”.

O automobilista tem pressa. Ele acha que a situação – de uma forma geral – é insustentável. E não dá mais para esperar.

QUADRO OFICIAL

“O percentual de 64,5% corresponde ao estado geral das vias potiguares, composto pelas classificações: regular (40.2%), ruim (8.8%) e péssimo (15.5%). O restante da malha rodoviária é apontado como em boas condições: bom (28.4) e ótimo (7,1%).”

Em relação a 2021, o estado geral das rodovias do RN apresentou melhora de 2.6 pontos percentuais.

O mesmo documento atesta que a má qualidade das estradas do RN causa prejuízo de R$ 87 milhões.

Infelizmente não existe uma estatística específica dos buracos que estão incorporados a situação de cada trecho e terminaram conquistando um lugar no noticiário e muitas reclamações nas redes sociais.

Na tentativa de oferecer uma situação ao usuário, o governo não parou de tentar dar satisfações, uma nota de origem governamental afirmava “RN tem 67% dos 1.879 quilômetros de rodovias com 26 pontos críticos identificados; mais de 60% tem problemas com pavimentação e mais de 50% com sinalização”.

JULGAMENTO DO USUÁRIO

A Confederação Nacional dos Transportes resumiu a situação geral com uma afirmativa: “O Rio Grande do Norte tem 67.1% das suas estradas com algum tipo de problema”.

O documento assegura que “mais de 50% tem problemas com a sinalização e mais de 60% com pavimentação”.

A mesma pesquisa surpreende com a afirmativa de que um terço (32.9%) das rodovias do Rio Grande do Norte foram consideradas ótimas ou boas. Mas, assegura que 26 trechos das rodovias são considerados pontos críticos. Isso porque possuem buracos maiores do que um pneu.

A pesquisa da CNT avalia que o investimento para recuperar as rodovias no estado, com ações emergenciais de manutenção e de reconstrução, é de R$ 578.4 milhões.

Isso significa dizer que a avaliação dos usuários estima em dez vezes mais recursos necessários do que o aporte anunciado pelo Governo do Estado (R$ 62 milhões).

BURACO MAIS AMBAIXO

Numa recente entrevista, o Diretor do Departamento de Estradas e Rodagem, Manoel Marques, vai fundo na questão de recuperação da malha viária do RN:

– A gente vai dar uma melhorada nas nossas rodovias, porque esses trechos que não cabem mais na manutenção, vão ser refeitos, dando uma melhor condição.

Ele explicou que não serão as rodovias inteiras refeitas, mas trechos que são críticos, os muito ruins. Vamos recuperar, até para diminuir o custo com a manutenção.

Os trechos das rodovias que serão refeitas englobam municípios como Jucurutu, Patu, Ouro Branco, Carnaúba dos Dantas, Tibau, Grossos, Assu, Paraú, Triunfo Potiguar, Caicó e Jardim de Piranhas.

RETA FORA DA CURVA

A síntese da situação das estradas do Rio Grande do Norte é um trecho de apenas 16 KM, numa rodovia federal, a BR-304: a duplicação de um parte de uma das estradas com maior trânsito de veículos no Rio Grande do Norte, que vem se arrastando há mais de dez anos, e ganhou, na mudança de governo razões para a volta do otimismo.

O Ministro dos Transportes, Renan Filho anunciou a liberação de R$ 150 milhões para aplicação nos 100 primeiros dias do Governo Lula, 100 dias transcorridos no dia primeiro dia deste mês, já transcorrido há 19 dias. Sem nada ter mudado.

Como é fácil constatar, a recuperação da rede de estradas do Rio Grande do Norte não acontece com a divulgação de aporte ou liberação de recursos para a execução dos serviços inadiáveis, embora isto seja indispensável.

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