2 de maio de 2024
Política

Styvenson Valentim sempre soube que seria candidato e sabe onde quer chegar

A falta de estrutura política e clima de improviso na candidatura ao Governo do RN – confirmada ontem – do senador Styvenson Valentim (Podemos) tem método e, pelo visto, resultados práticos. 

O suspense gerado sobre sua candidatura ao Governo faz parte do show e mostrou resultados.

A live anunciada para as 18 h de sexta-feira diretamente da Escola Maria Ilca no bairro de Felipe Camarão teve mais de mil pessoas assistindo na hora do discurso do Senado.

Parece pouco para os 134 mil seguidores de Valentim, mas é mais do dobro dos que assistiram a convenção da governadora Fátima Bezerra (PT) na mesma plataforma há menos de dias e com mais de 70 mil seguidores do hoje adversário. 

O discurso não trouxe novidades.

E lembra a soberba de quem parece estar fazendo um favor e a pretensão de se bastar (sozinho) para uma missão tão complexa: 

É hoje o último dia? Agora, 19 h? Eu não podia negar isso à população.

Não podia deixar a população sem uma opção a mais.. 

Vote quem quiser em mim porque todos são livres.

Essa campanha será ainda mais pobre e franciscana do que a de 2018. 

É mais do mesmo de 2018; contra corrupção, velha política, demagogia e promessas… alheias. 

O candidato do Podemos não pede voto pra ele, nem muito menos para o Presidente Jair Bolsonaro. Sua candidatura soa como um favor ao eleitor do RN, que não podia ficar sem opção, sem um salvador da pátria. 

Mas nem isso o senador promete.

Ele não diz que tem condições de fazer uma grande administração porque admite a falta de conhecimento para isso, mas promete não “roubar e não deixar roubar” e neste momento volta a criticar cargos comissionados, que no seu gabinete só tem quatro, todos ali, devidamente uniformizados com uma camisa igual a do chefe. 

A vice de Styvenson é a professora Francisca de Parnamirim e o candidato ao Senado o médico radiologista  Geraldo Pinho, que já foi candidato a vereador pelo PV. Solução caseira e sem sombra para o brilho do Senador. 

PESQUISA DO PARTIDO E PLANO DE GOVENRO 

Nos bastidores, inclusive de Brasília, a candidatura do senador potiguar era dada como certa desde abril, quando nem Fábio Dantas (SDD) havia sido declarado o candidato de oposição à governadora Fátima Bezerra (PT). 

Pesquisas qualitativas contratadas pelo partido apontavam a viabilidade de um anti-PT, mesmo com a preferência de mais de 55% do eleitorado para o ex-presidente Lula. A rejeição a Fátima não tem a ver com a esquerda ou o petismo, mas com a aprovação de seu Governo. 

E deve ser nisso a crítica maior do Senador daqui pra frente. Meta e desafio, que beira a contradição. Como fazer mais e melhor se admite sua pouca experiência e conhecimento da administração pública? 

Para isso o senador, que declarou depender apenas da bênção da mãe para aceitar o desafio, já vinha procurado se reunir com pessoas que ele acredita terem conhecimento sobre o funcionamento da máquina pública. 

CORTE DE PRIVILÉGIOS E TROCA DE FAVORES COMO ALVO 

Com a narrativa que a máquina é pesada por troca de favores políticos, o Senador Styvenson vai abordar um assunto que seus adversários não são fluentes mais.

Tem semelhanças até com o discurso da Governadora Fátima de outrora, mas hoje calado pelas alianças com a política tradicional e adversários de ontem. 

O senador Styvenson não pretende mirar apenas no Executivo, mas na Assembleia Legislativa, que já estocou ontem como uma Casa em descompasso com os anseios do povo potiguar. 

Sem alianças , sem promessas e sem estrutura tal e qual 2018 quando foi eleito senador, derrotando ex-campeões de votos, o Styvenson candidato ao Governo não é uma aventura ou piada.

Sabe onde quer chegar. Resta saber se o caminho que leva à vitória é o mesmo já trilhado. 

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