4 de maio de 2024
Coronavírus

“Taxa de Risco” é a justificativa para o RN receber menos vacinas?

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A polêmica sobre a possibilidade do Rio Grande do Norte receber menos vacinas proporcionalmente do que outros estados continua.

E setores do Governo afirmam que não houve omissão da Governadora Fátima Bezerra (PT), que questionou  o fato desde as primeiras distribuições.

Sim, não dividiu a “injustiça” com outros setores, incluindo a Bancada Federal Potiguar, Ministério Público e sociedade civil organizada, mas diz que jamais houve omissão.

Ainda em dezembro, quando o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 começou a ser formulado, o Ministério da Saúde informou que a distribuição das vacinas seria realizada de modo proporcional à população de cada estado.

Posteriormente, em janeiro, o ministério informou que também se basearia em uma “taxa de risco” de infecção – ou seja, estados onde a epidemia estivesse em um estágio mais crítico seriam privilegiados.

E é nesse critério que o Rio Grande do Norte vem sendo, digamos,  prejudicado.

Outros estados apresentam esse risco em maior grau, principalmente no quesito moradores de rua e população de quilombolas.

Matéria da Gazeta do Povo detalha o problema que não é exclusivo do RN. Os Governadores apontam disparidade entre estados onde essa “taxa de risco” é semelhante.

Foi o caso, por exemplo, de Paraná e Rio Grande do Sul. A desproporção entre os dois estados do Sul continua atualmente, um mês e meio após o início da vacinação. Os gaúchos receberam do governo federal uma dose para cada 12,3 habitantes. Já os paranaenses, uma dose para cada 16,3 moradores do estado. E ambos os estados seguem numa situação praticamente idêntica de evolução da pandemia, com alta de casos e internações e iminente colapso do sistema de atendimento a contaminados por Covid-19.

Veja a tabela completa da distribuição de doses por estado

ESTADO DOSES POPULAÇÃO (2021) MÉDIA POR HABITANTE
São Paulo 3.969.228 46.524.662 Uma dose para cada 11,7
Minas Gerais 1.528.580 21.370.619 Uma dose para cada 13,9
Rio de Janeiro 1.355.330 17.427.287 Uma dose para cada 12,8
Bahia 945.600 14.965.530 Uma dose para cada 15,8
Rio Grande do Sul 923.600 11.450.982 Uma dose para cada 12,3
Paraná 706.200 11.568.927 Uma dose para cada 16,3
Amazonas 672.620 4.249.014 Uma dose para cada 6,3
Pernambuco 641.560 9.655.843 Uma dose para cada 15
Ceará 579.600 9.222.497 Uma dose para cada 15,9
Goiás 438.480 7.176.946 Uma dose para cada 16,3
Pará 414.040 8.748.772 Uma dose para cada 21,1
Santa Catarina 405.840 7.308.174 Uma dose para cada 18
Maranhão 385.640 7.140.152 Uma dose para cada 18,5
Paraíba 286.420 4.051.964 Uma dose para cada 14,1
Espírito Santo 268.420 4.093.023 Uma dose para cada 14,2
Mato Grosso do Sul 258.660 2.828.724 Uma dose para cada 10,9
Distrito Federal 240.560 3.078.249 Uma dose para cada 12,7
Rio Grande do Norte 230.240 3.552.282 Uma dose para cada 15,4
Mato Grosso 224.560 3.552.531 Uma dose para cada 15,8
Alagoas 200.060 3.360.684 Uma dose para cada 16,7
Piauí 158.880 3.285.704 Uma dose para cada 20,6
Sergipe 125.980 2.331.996 Uma dose para cada 18,5
Rondônia 112.408 1.808.708 Uma dose para cada 16
Tocantins 112.400 1.601.630 Uma dose para cada 14,2
Roraima 102.020 634.027 Uma dose para cada 6,2
Acre 79.360 902.815 Uma dose para cada 11,3
Amapá 57.600 872.213 Uma dose para cada 15,1
BRASIL 15.423.886 212.763.955 Uma dose para cada 13,7

TL COMENTA

A explicação, porém, não justifica o porquê do RN está com sua fila de idosos ainda em torno dos 75 anos, quando a vizinha Paraíba inicia hoje a vacinação para idosos acima de 65.

Lá a proporção é de uma dose para 14, 1 habitante, enquanto no Rio Grande do Norte é uma dose para 15, 4. Pernambuco é para 15.

A diferença na distribuição de imunizante  existe pelo “taxa de risco”, mas parece que essa não é a real justificativa do atraso observado na fila de idosos.

Uma dúvida que só poderá ser elucidada com informação e transparência. Seja na distribuição sob responsabilidade do Governo do Rio Grande do Norte ou na aplicação, de cada município potiguar.

One thought on ““Taxa de Risco” é a justificativa para o RN receber menos vacinas?

  • observanatal

    Se fosse a taxa de risco, não era melhor ter dito que era a faixa de risco, do que dizer que vieram menos doses?

    Só hoje informaram e contra informaram coisas que parecem iguais mas são diferentes. Pelos discursos o dedo podre é do Governo Federal, depois da vida, porque, afinal, a culpa não é de ninguém.

    O silêncio, a omissão no socorro ao próprio Estado já é algo culposo. Tudo é muito vergonhoso. Tudo deveria causar uma indignação imensa a cada um de nós, mas parece que estamos desistindo, outros passando pano.

    Resposta

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