28 de abril de 2024
CULTURA

Um ano depois do vazamento de óleo no Nordeste … e nenhum responsável apontado

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Do Globo 

Passaram-se semanas até o governo brasileiro perceber que um vazamento de óleo na costa da Paraíba, que completou ontem um ano, era de fato uma situação de emergência nacional.

Coordenador do Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA) da Marinha, o almirante Marcelo Francisco Campos alerta que o litoral brasileiro continua vulnerável a novos acidentes.

Para contornar a ameaça, Campos afirma que é necessário investir R$ 2 bilhões na próxima década.

Nosso litoral está exposto a acidentes semelhantes?

Sim. O Brasil sofreu uma agressão e continua vulnerável. O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (que coordena a defesa e o monitoramento das águas jurisdicionais do país) precisa ter a tecnologia reforçada. Não temos um processo ativo de detecção das embarcações que passam em nosso litoral. Dependemos que elas colaborem, transmitindo seu posicionamento.

Quanto custa a estrutura necessária para resolver esta deficiência?

Nosso planejamento é investir R$ 2 bilhões ao longo de dez anos. Precisamos desta verba para comprar radares, que serão colocados em pontos estratégicos da nossa costa, e melhorar o monitoramento. Queremos sensibilizar os ministérios para que tenham a noção da gravidade deste acidente. Nosso programa é de Estado, não apenas da Marinha.

Como estão as investigações?

Há duas linhas em andamento. Uma, em âmbito criminal, está com a Polícia Federal. A outra, administrativa, com o meu setor na Marinha. Estudamos correntes marítimas, meteorologia, estatísticas.

As análises mostram que o óleo passou por um forte processo químico ao entrar na água. Usamos técnicas de modelagem para ver em que profundidade o óleo se dispersou. Quando começamos nosso trabalho, monitorávamos 1.060 navios.

Não posso revelar quantos sobraram, mas espero concluir as investigações nas próximas semanas e apontar aquele que teria sido o responsável pelo vazamento. Todos que ainda estamos vendo têm bandeira estrangeira e teriam lançaram o óleo a mais de 60 quilômetros de nosso litoral.

TL COMENTA

O Rio Grande do Norte teve  mais de 40 praias detectados com óleo e à época foi feita  ação conjunta da Polícia Federal do RN  com o Ministério Público Federal  e na época a apuração que tudo teria partido de um navio grego.

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na Lachmann Agência Marítima, que seria representante do navio Bouboulina – suspeito de derramar ou vazar o óleo que atingiu o litoral nordestino.

Mas desde aí, da espetaculosa Operação ao resultado,  muito pouco se soube. Nem mesmo se o navio Bouboulina teria entrado de gaiato no escândalo de proporções oceânicas.

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