UM PRESIDENTE DE FÉRIAS

Enfim, depois de quatro anos sem descanso, merecidas férias.

Que ninguém é de ferro.

Que daqui pra frente, nenhum outro supremo mandatário possa prescindir delas e acumular , para juntá-las com a aposentadoria compulsória, por idade ou escassez de votos.

O psicológico é que paga a conta.  Dona Michelle que o diga.

O ano chegando ao fim, com tanto ainda pra resolver, e já enxergar pela janela, os caminhões de mudanças abrindo caminho na multidão insone.

É dureza.

Planos para o verão que dizem, vem pra rachar quengo, tendo de ser  feitos em cima da hora, das coxas, e dentro das quatro linhas.

A pescaria, na área de preservação de Angra dos Reis, estará garantida?

E se Marina Silva for confirmada ministra?

Pode até sair outro processo, que de cabeça careca de juiz,  tudo se espera.

O amigo de fé, irmão camarada e companheiro de haliêutica,  desaparecido até nas urnas eletrônicas, deve saber de outro pesqueiro tão bom.

Viajar, com o dólar nas alturas, nem pensar.

É o que o Guedes tem dito.

Ainda mais com essa fama que andaram espalhando por aí.

Até os aliados olhando atravessado, como se o Leonardo di Caprio estivesse coberto de razão.

O galegão Trump, mais enrolado que fumo de Arapiraca, não vai ter tempo para requififes, preso que está em Mar-a-Lago, a poucas léguas de Guantánamo.

Do outro lado do mar, nem pensar.

Os portugas, aquele bando de comunistas e o le monsieur, de cabeça inchada com os hermanos, e ainda chateado com os comentários do ministro mal-educado sobre a patroa.

N’oublie pas.

Não tem muito mais para onde ir.

Mesmo a Argentina, sujou.

Campeões do mundo, ficaram mais insuportáveis.

Se é que é possível.

Até fazer como todo desenturmado e procurar reatar os laços de velhas amizades, está complicado.

Do Mourão, Pazuello, Tarcísio e Salles, de empregos novos, não virá a força pra enfrentar o ócio.

O Moro nunca foi muito entrosado, mesmo. Não dá pra contar com ele.

Até as meninas, Tereza e Damares, não estão mais na pista.

Quem sabe, depois da eleição do Pachecão, o Marinho não organiza a pescaria naquele açude, pras bandas de  Jucurutu, que visitaram tantas vezes juntos?