VACINA INEFICAZ E PÓS-OPERATÓRIO
Fazer da vítima, cúmplice, é o segredo de todo trambiqueiro bem-sucedido.
Saber manipular as emoções, desejos e ambições de quem pouco conhece, ou nunca viu, é o que faz um bom trapaceiro.
É da natureza, dom natural, nunca desistir.
Se o golpe não sai como planejado, encontram outros momentos.
São persistentes.
Resilientes.
Reincidentes.
A pandemia trouxe infinitas oportunidades para agirem.
O que levou um grupo de empresários, experientes em mesas de negociações, cair na conversa de uma falsa enfermeira para organizar um drive thru clandestino, e vacinar família e amigos, a preço cobrado na cotação do ouro?
A cobertura midiático durou pouco, sem aplicar a maior pena para quem foi na conversa da irmã de caridade fake que deveria ter sido severa e anserina.
Revelar como o pato caiu no conto do paco, teria sido sentença a nunca prescrever.
Fica na imaginação, o que aconteceu nas franjas das serras alterosas.
Estória pra lá de fantasiosa.
Um primo, imigrante ilegal, trabalhando na faxina da fábrica de vacinas norte-americana, consegue um desvio ou compra a preço de banana exportada por republiqueta latino-americana.
Uma mula, com esquema na alfândega, acostumada a driblar a burocracia das importações de medicamentos, faz o transporte e pelos prazos de validade, era pegar ou largar.
Todos sairiam ganhando.
Até o governo que não cobra mesmo imposto algum destas commodities, economizou um punhado de frascos de imunizantes.
A lábia é sempre o principal insumo farmacêutico, ativo indispensável para a produção de qualquer arapuca.
A arteirice também foi falada na linguagem oficial dos ofícios, despachos e memorandos.
E levou no bico, comissões, grupos de trabalho e comitês.
Incluídos os científicos.
Na modalidade trambicagem de alto nível, o prêmio especial, a coroa de louros do anno domini do coronavírus, tem vencedor absoluto.
Não teve ninguém para a performance do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste.
Nove estados, nove governadores, centenas de assessores, consultores, professores-doutores.
Não faltou nem nihil obstat, carimbo nem aprovação dos sempre vigilantes promotores, procuradores e controladores, com a milionária tratativa sertanejo-bolchevique comemorada em entrevistas coletivas e bajulada em tudo que é blog patrocinado.
Pagamento antecipado para ingresso na fantasiosa aventura de salvação, à moda de todo cinema que não garante a satisfação do cliente, nem a qualidade do que vem pela frente.
Como sói ocorrer no mundo das rebimbocas e parafusetas, os vivaldinos sumiram na fumaça da liamba, e os prejuízos estão sendo socializados e pagos em tributos, taxas e emolumentos.
As falcatruas acontecidas na República do Nordeste e do Grão Pará, foram anistiadas pelo voto soberano e popular que reelegeu os ingênuos governadores, ou seus postes (dos promovidos ao Senado), e garantiu a volta do presidente retrô, trajando modelito 2003.
A ciência ainda fica devendo uma vacina eficiente.
Contra político espertalhão
N.R
Nas asas do robô Da Vinci, movido a Propofol e Fentanil, pilotado pelo Dr. Tibério Moreno de Siqueira Junior, o aprendiz de cronista só tem a agradecer e dizer: trata-se de uma mágica e maravilhosa viagem pelas férteis terras pélvicas da próstata e das vesículas seminais.
Demais detalhes tão pequenos de nós dois, só no privado, e com a manicaca permissão da Dra. Margarita.