AS NUVENS DE MAGALHÃES
A política, quando se olha, está de um jeito; olha de novo, já mudou.
Passado um ano, com cinco meses de pandemia no meio, é preciso atualizar o elenco de artistas do espetáculo que não parou.
O zero três desistiu da carreira diplomática, o senador só fala nos autos e o municipal, nem isso. Guarda quarentena no hate home office.
O ministro reprovado no Enem e na prova do Enem, quem diria, virou banqueiro. Mundial.
O secretário conterrâneo que estava de botuca na Educação, saiu direto da fila do INPS para pastorar uma montanha de 51 bi.
O Guedes, imexível, agora corre atrás do prejuízo. E todos já sabem quem vai pagar a dolorosa.
Enquanto isso, o capitão-presidente, depois de três semanas na cloroquina, conseguiu vencer a gripezinha.
É verdade que uma fraquejada, deu.
E o mofo, também.
(Publicação original em 02/08/2019)
O GOVERNO MERECIDOA afirmação de Lincoln é digna de tanta consideração quantas citações em discursos de políticos derrotados.
“Todo povo tem o governo que merece.”
Um dedal de auto-crítica e a clarividência que não há exagero no seu uso no começo do capitão-presidente.
Pelo conjunto da obra eleitoral de algumas décadas, fazemos jus. Merecemos.
O outro Abraham, ministro de sobrenome germânico impronunciável, é a prova que o sistema educacional está acima do mérito dele.
É o regulador xavier 2. Escassez
Na sofreguidão de ser o reverso do anverso, se exagerar, um marítimo papa-jerimum come sua abóbora.
Na Economia, alguma dúvida que o Dr. Paulo Guedes, o regulador xavier 1, está sobrando? Excesso.
Tem preparo, bagagem e saliva para cuidar de finanças mais robustas, mais globais. Ou das próprias, acumuladas. Que dizem serem muitas.
Sabe tudo. Gagueja pouco. Com precisão de centavos, diz quantos bilhões o governo vai economizar com as reformas. E até quando isso vai acontecer. Em aproximações de bimestres.
Só não teve chance de revelar de onde vai sair a dinheirama toda. E quem vai perder nesse ganha-ganha.
E não foi por falta de câmeras e microfones abertos para ele.
Deram pra implicar agora com a indicação do chefe de nossa missão diplomática na matriz.
Como se não fossem suficientes os 1,8 milhões de votos, sua juventude, dotes de barbacue man e proficiência no vernáculo do bardo de Avon.
Apenas a aceitação calorosa de Trump era para cessar tudo que a antiga musa é contra.
Outro valor mais alto se alevanta. A amizade de infância com os topetinhos.
Ora bolas, o cargo não precisa nem dessas leituras todas.
Para representar a República de Sacramento na sede do império, O Senhor Embaixador, de Veríssimo, já é o bastante. O garoto leu?
Data venia do meritíssimo baiano, aguardemos a resposta presidencial com os motivos da escolha do zero three para núncio em Washington.
Tem tudo para ser bem ao estilo bolsominion de ser.
Uma vassourada curta e grossa:
⁃ Fi-lo porque qui-lo.
Merecemos.
Concordo plenamente