BREVES PROFECIAS

Como observou o matemático Cassiano Arruda, conta errada é conta errada. Seja feita pelo pós-doutor de Harvard ou por ex-aluno de Dona Maroquinha.

Previsões sobre o que pode acontecer no futuro estão sujeitas a desvios dos padrões, digamos, almejados.

Ábacos, monogramas, elocubrações acadêmicas do Imperial College ou simples cisma de um vendedor experiente, podem levar ao mesmo resultado equivocado.

Em mistérios insondáveis, invicto, só Nostradamus.

(Publicação original em 17/05/2020)

VENDEDOR DE VISÃO

Para se investir em um novo negócio, entre outras coisas,  é necessário um  demorado e cuidadoso estudo. E muito feeling.

Pesquisar a necessidade do produto ou serviço. Estudar a concorrência. A capacidade de investimento.  A localização mais precisa. E muitos outros itens que qualquer manual de empreendedorismo traz.

A depender daquele vendedor de planos de saúde, nada disso deve ter sido observado pela primeira rede internacional de supermercados a aportar  em Natal há mais de 20 anos.

Quando os funcionários do pelotão precursor chegaram para sua instalação e começaram a usar os serviços médicos, já  havia uma preferência pela cooperativa.

O novo cliente estava praticamente em mãos.  Só precisava que alguns detalhes fossem acertados no contrato.

Escolhido o  campeão de vendas para fazer contato com a  empresa que já recrutava centenas de colaboradores.

Relatórios das visitas e tratativas eram frequentes.

Quando as informações começaram a rarear foi  o sinal que a negociação tinha entrado em banho-maria.

A loja já havia sido inaugurada há algum tempo e nada de uma definição.

Tudo só foi explicado pelo tarimbado salesman em  primeira incursão em vendas internacionais, com uma previsão pessimista:

-Aquele negócio é sem futuro. Não dou três meses e eles fecham as portas.