26 de abril de 2024
Medicina

CABEÇAS COBERTAS

274DEC3B-062D-4C7C-A55A-97149DD2B282No último território onde a moda nunca teve vez e todos se vestem com as mesmas e padronizadas roupas, uma ameaça pode ser fatal para  costume centenário.

Não se tratam de vastas áreas concentradas em uma só, como já aconteceu na Albânia e sabe-se lá,ainda se pratique na Coreia de Kim Jong-un.

Mesmos modelitos e cores para todos, no ideal comunista, da sociedade igualitária, sem classes sociais.

Está ocorrendo em nano enclaves, ubíquos, encontrados em todos os países do mundo. Em quase todas as cidades.

Onde houver um hospital, na sua mais recôndita e protegida dependência, o acesso exige vestimentas especiais.

Sempre foi assim.

Desde que os primeiros procedimentos  de assepsia passaram a ser acreditados.

Vestuário igual para todos.

No trabalho multidisciplinar, em equipe, cada um com sua função e a importância do cargo. Desvinculada do traje.

Hierarquia preservada, provando que o hábito faz monges iguais. Mas cada um, com seu santo de devoção.

Qual uma pandemia, insurge um movimento mundial para a customização dos gorros cirúrgicos.

Tudo começou com um anestesista na Austrália que iniciou a peleja, para através das toucas cirúrgicas,  identificar facilmente quem são os integrantes dos times, que sempre mudam de escalação em toda cancha em que jogam.

E nem todos têm rosto conhecido.

Mesmo  quem se acha o Gabigol do bisturi.

Ou, empunhando o  laringoscópio, um Ítalo Ferreira.

3F215D36-F091-401C-81EE-6A7BCBAF56CBO gasista aussie argumentava que  em casos de emergência, a imediata identificação de quem deve ser acionado, ganharia segundos salvadores. E mais  vidas preservadas.

Tudo que pedia era  um pouco mais  do que os crachás já dão.

A justificativa, desvirtuada, passou a servir para  marcar grupos e discriminar pessoas.

Agora,  vale qualquer e todo critério para a dessemelhança.

Irmã Damares à parte, as meninas do bloco (cirúrgico) escolheram o rosa pra adornar as cabeças.

Apareceram outras enfeitadas. De oncinha e  nas cores do arco-íris.

Pediatras interagem, vestindo personagens dos desenhos. E, sem saber, pagando royalties aos estúdios Disney.

Daí, para outros subgrupos foi sem limites.

As revelações das preferências subiram às cabeças.

Das cores e escudos dos time de futebol, aos símbolos dos vários sexos e tendências políticas.

Motivo para os que se acham escolhidos pelos deuses se destacarem dos reles mortais. E pra que fique claro,  os neurocirurgiões que fazem as escolhas.

Na terra brasilis, antes que uma nova polarização precise da ONU para mediar o conflito, é melhor que voltem os gorros brancos.

Da paz.

Ou então, breve, em um hospital perto de você e nas melhores salas de cirurgia do país, as impressionantes cenas da mesma luta de mocinhos contra bandidos das batalhas nas redes sociais.

E antes que a fita dos pacientes queime.

Sem um The End feliz.

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