26 de abril de 2024
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Fim dos vistos pode levar a corrida a imóveis em Lisboa e Porto até ao final do ano

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O Porto

Fonte: Elisabete Tavares para o Diário de Notícias, 20/09/2021

O regime, criado para atrair investimentos para Portugal, vai ficar limitado ao interior, Açores e Madeira.

Vai ser impossível comprar imóveis em Lisboa ao abrigo do regime dos vistos gold, a partir do próximo ano.

É já em janeiro que entram em vigor as novas regras aplicáveis aos chamados vistos gold.

Vão deixar de estar abrangidos os investimentos imobiliários com destino a habitação localizados em Lisboa, no Porto e no litoral.

Mas no mercado já se vive o frenesi da mudança.

“Atualmente verificamos um crescimento acentuado de clientes para Golden Visa em Lisboa e no Porto devido ao fato de o programa, no modelo atual, ter uma data definida para o seu término”, diz Ricardo Garcia, Diretor de Residencial da Savills Portugal.

Também Beatriz Rubio, presidente executiva da RE/MAX Portugal destaca que “durante este ano verificou-se uma procura mais acentuada na Área Metropolitana de Lisboa, principalmente nas zonas de reabilitação urbana com um investimento menor, na ordem dos 350 mil euros”.

Segundo Beatriz Rubio, “durante este último quadrimestre haverá uma enorme procura de apartamentos nas regiões que em 2022 deixam de estar no programa de Golden Visa (Áreas Metropolitana de Lisboa, Porto e Algarve), seja no investimento dos 500 mil euros ou dos 350 mil euros, em que os processos possam ser entregues até 31 de dezembro de 2021 no SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras)”. Com esta procura prevê-se que “os valores de mercado continuem a subir até ao final do ano”, aponta a mesma responsável.

O objetivo do decreto-lei 14 de 2021 de 12 de fevereiro “consiste em favorecer a promoção do investimento nos territórios do interior, bem como o investimento na requalificação urbana, no património cultural, nas atividades de alto valor ambiental ou social, no investimento produtivo e na criação de emprego restringindo ao território das comunidades intermunicipais do interior e das Regiões Autônomas dos Açores e da Madeira”.

Para a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), a expectativa é de que o governo volte atrás .

“Tenho a esperança de que o bom senso impere e que o governo repense o programa de vistos gold”, diz Hugo Santos Ferreira, presidente da associação.

“A avançar, esta medida vai danificar o investimento estrangeiro por via deste tipo de programa”, adianta. E lembrou que Portugal captou “647 milhões de euros através dos vistos gold em 2020, depois de ter captado 700 milhões de euros em 2019″. A maioria deste investimento foi dirigido à compra de imóveis. “Se avançarem as novas regras, não vão só danificar a captação de investimento estrangeiro, mas será também uma mensagem lá para fora”, disse. “É uma mensagem muito negativa e contrária a uma altura em que o país vive uma retoma econômica”.

O presidente da APPII avisa que o investidor golden visa não vai investir no interior do país onde não tem garantia de retorno. “Vai investir em Madrid, Barcelona e em Atenas”, lamenta.

TL Comenta:

Se a compra de um imóvel residencial de 500 mil euros não vai mais garantir a nacionalidade portuguesa, resta aos potiguares, incluídos os de cadastros bancários mais modestos, procurar nas árvores genealógicas da família, conexões com os judeus sefarditas que povoaram o Seridó como cristãos novos, fugitivos da Santa Inquisição.

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