27 de abril de 2024
Direto de Brasília

Palavrões da reunião ministerial devem render, mas longe de ser “bala de prata”

Blog-06-06-Ruidos-1280x720 A opinião é da colunista Maria Cristina Fernandes do Valor Econômico.

A divulgação do vídeo com duas horas de xingamento do presidente Jair Bolsonaro e de seus ministros mais leais contra autoridades da República tem o potencial de azedar ainda mais suas relações com o Supremo, o Legislativo e os governadores.

É cedo, porém, para dizer que as cenas, vistas até agora por meia dúzia de pessoas mas sobre as quais muitos vaticínios já se fazem, seja uma “bala de prata” do inquérito que apura as denúncias do ex-ministro Sergio Moro contra o presidente da República.

Evidente que opinião existe para todos os gostos, lados, vontades e crenças, mas uma mínima adequação de fatos e normas precisam ser seguidas para qualquer análise de razoável credibilidade.

O grande Elio Gaspari, por exemplo, analisou a real intenção do ex-ministro Sergio Moro em carregar nas tintas da divulgação da referida reunião; “ele queria mostrar a muvuca que se meteu.”

Sim, pode ser.

Mas onde o crime para Impeachment? Onde a bala de prata?

É evidente também que essa versão do presidente  Bolsonaro sobre sua própria frase, envolvendo a Segurança do Rio de Janeiro,  e confirmada pelos três ministros de sua inteira confiança,  não convence a meia dúzia que viu o video na íntegra, nem muito menos os que milhares que não viram. Talvez uns 25 a 30% dos brasileiros.

Como disse Mario Sabino, do Antagonista.

Entendi: Bolsonaro trocou o diretor-geral da Polícia Federal, o chefe da PF no Rio e o ministro da Justiça pq estava insatisfeito com os seus guarda-costas. Insatisfeito com os motoristas do Planalto, ele deve agora trocar o ministro da Infraestrutura.
Ok, não era disso que se tratava o diálogo, mas e daí? E a prova? Por enquanto, não bastam. Servem, talvez aos estilingues. Balas de prata, não .

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