26 de abril de 2024
Política

QUEM TEM MEDO DO GENERAL?

 

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Reconstrução de pintura medieval (1944) – Ernest William Tristram

Procura-se como água em Marte ou um lazarento na mata espessa, uma solução para a mais grave crise política desde a  renúncia de Jânio Quadros, e que parece não ter fim.

A História repetida em tragédia e farsa, acrescida da mais devastadora incerteza quanto ao futuro, mostra que enveredamos por caminho errático.

Mais uma vez, um cavaleiro solitário prometeu a salvação de todos os perigos e metade da população acreditou nele.

Sem nunca ter estendido a mão, nem para o cumprimento protocolar aos derrotados, o presidente eleito era a última  esperança de fazer a política nova, mas foi se rendendo às velhas práticas até se misturar com o resto da farinha, no mesmo saco.

Encantou-se com o ilusório poder que não é só dele, e acreditou nas juras de fidelidade de quem sempre gritou honras ao novo rei.

Não conseguiu congelar o passado, não fez esquecer o que disse antes, não aceitou aconselhamentos, preferindo o convívio com a horda de adoradores da escuridão.

Abatido pela mais terrível doença, com o cisma que rachou ao meio suas forças e inteligências, contando os sobreviventes, o país não terá como reabilitar-se.

A solução possível está escrita há muito tempo.

Basta abrir o livrinho de cabeceira do Presidente Dutra.

Em caso de impedimento pela, vacância, renúncia ou incapacidade, o cargo será ocupado no respeito à linha de sucessão.

Sorte de quem tem um reserva preparado para entrar em campo, apaziguar as torcidas beligerantes e levar o time à frente.

Como se as máscaras faciais estivessem protegendo também as conjuntivas, poucos conseguem enxergar que está  na hora de mandar para o aquecimento, o homem talhado para  o momento.

Uma mudança lógica, constitucional, longe das tramas nos esgotos subterrâneos da política.

Um golpe de sorte, dádiva dos deuses ou desígnio do invasor pandêmico, nos levará pela trilha segura da restauração da pátria.

Meio índio, meio gaúcho, um bocado carioca, conhecedor da realidade nacional, pelos chãos que já pisou e visão de quem de fora a entendeu,  incomparável ao que aí está, o General Hamilton Mourão ainda mete medo em muitos.

Quem ainda não percebeu que os militares de 64 descansam na paz de outros quartéis.

Quem é movido pelo extremismo bipolar.

Quem faz  do caos, seu prato predileto.

Quem prefere ser pária em mundo cada vez mais igual.

Quem sonha em ressurgir das cinzas,  tendo  perdido as  asas e a confiança para  alçar voo.

Quem quer sangrar o inimigo, sem piedade, antes de tomar suas vestes.

Os de igual patente, por injustificável invídia.

Os cegos seguidores de falsos profetas.

E todos que não lembram o que disse Abraham  Lincoln:

“Uma casa dividida contra si mesma não pode permanecer“.

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