UM DIA PARA FALAR (DE NOVO) EM FLORES
Nem tudo são flores, mas elas estão sempre presentes em todos os momentos da vida.
Cada uma, com sua beleza e perfume.
Hoje é o dia especial, de uma flor especial.
Viva a margarida!
Pra não dizer que não falei dela.
O calendário já anunciava sua chegada. Há um mês.
Nestas terras semi-áridas, de poucas chuvas e muito sol, a brisa vai aos poucos virando vento forte e então, por toda parte, sua presença.
Quando os dias vão ficando mais longos que as noites, mais claros e vívidos, cada um mais radiante que o outro.
É primavera.
E anúncio que um verão, em breve vai chegar.
É tempo de todas as flores.
Das azaleias, camélias, dálias, magnólias, déboras, rosas, gardênias, verônicas, petúnias, violetas.
Das que sempre estiveram por aqui, e das que de longe chegaram.
É tempo das hortênsias.
Nas matas, nos ipês, nos jacarandás, nos angicos, nas rainhas craibeiras.
Por todos os lados; em todo lugar.
Das que parecem mais frágeis, mostrando força ao brotar, rompendo frestas, entre rochas.
No pequeno jardim, a leveza das orquídeas e a resistência das flores do deserto.
Cada uma, para poucos, mostra sua beleza.
Na simplicidade das que se multiplicam, e como símbolo da sensibilidade, juntadas uma à outra, são transformadas em jóias no colo das mulheres
Nos versos de Drummond, ‘enfeite para a ternura escovar a alma com leves fricções de esperança.’
Hoje o dia é dela.
Bem-me-quer.
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(Texto publicado pela primeira vez em 22/10/2019)
Não sabia que Edgar Smith havia falecido. Minha geração está chegando ao fim.