25 de abril de 2024
CoronavírusPolítica

VOTO CABEÇA

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Nossos cientistas políticos ainda hibernam, muito provavelmente por estarem cumprindo quarentena
off label.

Sem terem sido atingidos por nenhum decreto de restrição de atividades, nem em home office, despertaram para o que pode ocorrer nas eleições adiadas por 45 dias.

À taxonomia política ainda não foram acrescentados as novas espécies de votos fúteis  que teimam em aparecer e sempre são decisivos para as definições dos pleitos eleitorais.

Na esplanada dos três poderes, nas avenidas  paulistas da vida e portas de quartéis, o eleitorado saudoso de tempos mais sufocantes, infiltra-se em manifestações de apoio ao governo para pedir um tipo de voto sem serventia. Sem controle, sem lei. Clamam por ordem. Unida.  É o cabeça de bagre.

Os institutos de pesquisas não conseguiram quantificar o percentual de eleitores que definirão a escolha sob influência da propaganda da assistência médica cenográfica e imagens impressionantes  de hospitais de brincadeirinha de armar.

O voto cabeça de vento pode definir a próxima eleição.

            (Publicação original em 07/07/2019)


O VOTO BACALHAU

Lá se vão quase 37 anos.

Campanha política inesquecível. Decantada em versos, teses acadêmicas e muita prosa.

Marcada pelo paradoxo. Votar e não votar. E pela incoerência. Menos para o principal cargo em disputa.

Uma chapa acéfala,  apresentada aos mais devotos dos devotos de Nossa Senhora da Vinculação dos Votos.

A cabeça, pra ser desprezada.                              Era o mote. E a ordem.

Nunca se explicou porque apelidaram o sufrágio de camarão.

Sendo a cabeça de bacalhau nunca  vista pelos pesqueiros do Tibau e cercanias.

Já a do crustáceo … tem até quem goste. João Batista, o general-presidente de dia, comia com casca e tudo.

As  movimentações, sempre seguidas de muitas resenhas.

Nos detalhes. Público presente (números inteiros e precisos). Aferidos e comparados pelos agentes secretos infiltrados além das linhas adversárias.

Os últimos índices das pesquisas dos institutos amigos, guardados a 7  e todas as outras chaves.

Na sala dos médicos, o assunto principal (secundário e terciário) há muito havia deixado de ser discussão de caso clínico. No quase comitê, correligionários e formadores de opinião. Única e convergente.

O plantonista depois de justificar a falta à movimentação da noitada anterior,  quer saber as boas novas.

Ouviu o que queria.

Entusiamo. Animação. Otimismo. Dilúvio de gente. Tudo em banda de lata.

E vitória à vista.

Foi naquele clima de euforia que o especialista em análises de discursos elegeu o do candidato a burgomestre, como o melhor da noite.

Ao ser perguntado do que tinha tratado o velho alcaide, foi sincero:

-Não deu pra entender muito bem. Quase nada. Dr. Dix-Huit usa  muitas palavras difíceis.  Mas como fala bonito…  

Não tem parea!

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