6 de maio de 2024
Imprensa Nacional

Depois de (quase) pronta, todos querem os louros da Transposição do São Francisco

Do Globo

Com o acirramento da pré-campanha ao Planalto e da busca por votos no Nordeste, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT) travam uma guerra de narrativas pela paternidade da transposição do Rio São Francisco, inclusive com uso de números distorcidos ou incompletos.

Ex-ministro da Integração Nacional no governo do petista, Ciro Gomes (PDT) também tem procurado assumir o crédito pelas obras, cuja previsão é beneficiar 390 municípios de quatro estados que, somados, têm 18 milhões de eleitores.

As obras da transposição foram iniciadas em 2008 com um orçamento de R$ 4,5 bilhões, mas passaram por atrasos e modificações ao longo dos anos.

Inicialmente com mais de 720 quilômetros de canais, o projeto foi reduzido, segundo o governo federal, para 477 quilômetros após uma renegociação de contratos na gestão Dilma Rousseff (PT).

A transposição se divide em dois “eixos estruturantes”: o eixo Norte, que cruza Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, e o eixo Leste, que avança até o agreste de Pernambuco.

 Na última semana, Bolsonaro visitou trechos do projeto de transposição nos quatro estados e declarou, em provocação a Lula, que a obra “não ia sair nunca” no governo petista. Em resposta, o ex-presidente compartilhou um gráfico no qual alega que “Lula e Dilma fizeram 88% das obras” e que Bolsonaro “só apareceu para tirar a foto” em inaugurações.

NÚMEROS CONTROVERSOS NO MDR

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), pasta hoje a cargo de Rogério Marinho, por sua vez, afirma que o governo Bolsonaro pagou quase 25% da obra e que, até 2018, o eixo Norte encontrava-se apenas 30% em funcionamento, sugerindo que o atual presidente teve participação equivalente à de seus antecessores.

RECORTES INFLADOS 

Os números usados por Lula e Bolsonaro representam recortes inflados ou imprecisos do avanço das obras em seus governos.

Em maio de 2010, no fim da gestão do petista, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou, em relatórios de vistoria, que os eixos Norte e Leste tinham 37% de execução.

Já em abril de 2016, pouco antes do impeachment de Dilma, relatório do governo federal para o Programa de Integração do Rio São Francisco (Pisf) apontou que a execução física havia avançado cerca de 49%.

No total, a execução em governos petistas foi de 86%.

O percentual foi calculado em relação aos 477 quilômetros dos eixos estruturantes e desconsidera a redução do projeto original — o percentual alardeado por Lula, portanto, seria menor caso a conta levasse em consideração o projeto defendido por seu próprio governo.

2 thoughts on “Depois de (quase) pronta, todos querem os louros da Transposição do São Francisco

  • Rogério

    A melhor maneira a ser feita é quanto foi gasto por metro quadrado?
    Quem desviou mais verba?
    Quais locais estavam abandonados com mato dentro?
    Quanto teve que ser refeito?
    Quanto e quem fez superfaturamento?
    DEPOIS DISSO, NÓS TIRAMOS OS NOVE FORA ENTEDERAM?

    Resposta
  • Jcabralsobrinho

    O PT DESVIOU 90% dos recursos que deveriam ser investidos na obra de transposição, essa é a diferença.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *