27 de abril de 2024
CULTURA

Professor da UFRN encontra música de Tarsila do Amaral e Escola de Música vai gravar

A obra Abapuru  (1928) é uma das principais referências do movimento modernista no Brasil, cuja autoria é de Tarsila do Amaral, considerada uma das maiores pintoras da América Latina.

O que pouco se sabe é que além das artes plásticas, Tarsila também tinha um outro talento escondido; a música.

Em visita à família da artista, o professor Durval Cesetti, da Escola de Música da UFRN (EMUFRN), acabou se deparando com uma canção em francês composta pela artista, que sua sobrinha-neta, Maria Clara do Amaral, tinha achado recentemente.

Só quem tinha conhecimento da existência dessas peças era a família e seus descendentes. Maria Clara do Amaral foi quem encontrou as composições e as enviou para o IPB.

As gravações das obras de Lydia do Amaral foram publicadas na internet e podem ser ouvidas aqui.

A família foi se correspondendo com o professor e o convidou para realizar um sarau em Mombuca, no interior de São Paulo. O objetivo era realizar uma homenagem a Guilherme do Amaral, neto de Lydia, que completava 91 anos. Durval aceitou.

Enquanto estava manuseando os manuscritos de Lydia, Maria Clara lhe mostrou uma canção em francês assinada por Tarsila. Quando perguntou aos familiares, eles lhe disseram que era uma composição da própria Tarsila do Amaral. Ainda segundo eles, ela teria sido uma ótima pianista e chegou a cogitar a ideia de seguir carreira como musicista.

“Esta partitura, de uma canção intitulada Rondo d’Amour, estava com uma letra bem difícil de ler, diferentemente das peças de Lydia do Amaral, por exemplo. Por causa disso, supõe-se que provavelmente Tarsila não havia pensado em fazer essa partitura para outras pessoas interpretarem a canção, devendo ter sido uma composição que fez para si mesma, durante seus estudos musicais, e que depois foi guardada por sua mãe”, explica o professor Durval Cesetti.

O professor realizou uma editoração profissional da canção. Por conta da difícil leitura do texto em francês, ele pediu o auxílio da amiga Catarina Brandão, diplomata da Embaixada do Brasil em Paris, na França:

“Além do valor histórico de acharmos uma composição de uma das nossas maiores artistas plásticas, eu fiquei imediatamente impressionado ao perceber que parecia ser uma obra muito bem-feita, algo que se confirmou após termos feito a sua gravação”, conta Durval.

Após terminar de realizar a editoração, ela foi publicada no site da EMUFRN e Durval convidou os professores Elke Riedel e Kaio Morais para, juntos, realizarem as primeiras gravações da canção.

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