DOUTORES DO ABC EM TEMPOS DE PANDEMIA
Ao rol das mudanças trazidas pela pandemia, o prejuízo à aprendizagem das crianças não tem recebido a devida atenção.
Ainda entre os destroços do rescaldo da primeira onda, aulas remotas improvisadas forçaram o cancelamento das cerimônias de colações de grau das turmas de alfabetização.
A primeira conquista do estudante, ponto de partida para outras muitas, ficou sem a marca da alegria e da importância demonstrada pela amorosa presença familiar.
Muitos não guardarão nos álbuns de recordações, a clássica foto sentados ao birô, entre bandeiras, de farda alinhada e capelo.
A crise sanitária que impediu aulas presenciais, desafiou o ensino sem a presença próxima dos professores.
Os tempos que haviam ficado para trás, da vida escolar sem a pré-escola, tiveram de ser revividos.
Não foram poucos os que por razões financeiras, suspenderam as matrículas dos filhos, desconectando-os das aulas remotas.
A aprendizagem doméstica não se mostrou tão simples como parecia.
Os apelos que dispersavam a atenção do aluno-filho estavam por todo canto, incluído o computador doméstico, antes proibido ou limitado.
O que era objeto de restrições, sujeito ao uso apenas em períodos determinados, seguindo combinados e acordos, passou a ser sala de aula e playground.
Mesmo pais que faziam sérias restrições ao acesso dos filhos aos smartphones, foram vencidos pelo cansaço e exaustão do repertório das brincadeiras educativas domésticas.
Já é tempo de saber se equipamentos das mais avançadas tecnologias, convivendo com o velho e bom livro, deram bons resultados.
A comparação entre netos formandos no ABC – durante e depois do lockdown escolar – talvez explique.
–Vovô, fui aprovado. Só não sei como passei. Nem para a escola eu fui direito.
-Vovô, vou ter aulas de reforço. E perder oito horas das minhas férias.
Bruno Amadio ou “Giovanni Bragolin” (1911/1981) foi um pintor italiano que ficou famoso ao pintar quadros de crianças tristes e chorando, que foram vendidos em vários lugares do mundo.
A história contada é que Bragolin, um pintor fracassado, fez um pacto com o diabo para obter sucesso. Ele teria sonhado com crianças que eram torturadas e sacrificadas, as quais teria pintado em sua série.