27 de abril de 2024
Educação

DOUTORES DO ABC EM TEMPOS DE PANDEMIA

Giovanni Bragolin


Ao rol das mudanças trazidas  pela  pandemia, o prejuízo à aprendizagem das crianças não tem recebido a devida atenção.

Ainda entre os destroços do rescaldo da primeira onda, aulas remotas improvisadas forçaram o cancelamento das cerimônias  de colações de grau das turmas de alfabetização.

A primeira conquista do estudante, ponto de partida para outras muitas, ficou sem a marca da alegria e da importância demonstrada pela amorosa presença familiar.

Muitos não guardarão nos álbuns de recordações, a clássica foto sentados ao birô, entre bandeiras, de farda alinhada e capelo.

A crise sanitária que impediu aulas presenciais, desafiou  o ensino sem a presença próxima dos professores.

Os tempos que haviam ficado para trás, da vida escolar sem a pré-escola, tiveram de ser revividos.

Não foram poucos os que por razões financeiras, suspenderam as matrículas dos filhos, desconectando-os  das aulas remotas.

A aprendizagem doméstica não se mostrou tão simples como parecia.

Os apelos que dispersavam a atenção do aluno-filho estavam por todo canto, incluído o computador doméstico, antes proibido ou limitado.

O que era objeto de restrições, sujeito ao uso apenas em períodos determinados, seguindo combinados e acordos, passou a ser sala de aula e playground.

Mesmo pais que faziam sérias restrições ao acesso dos filhos aos smartphones, foram vencidos pelo cansaço e exaustão do repertório das brincadeiras educativas domésticas.

Já é tempo de saber se equipamentos das mais avançadas tecnologias,  convivendo com o velho e bom livro, deram bons resultados.

A comparação entre netos formandos no ABC – durante  e depois do lockdown escolar – talvez explique.

Vovô,  fui aprovado.                                                    Só não sei como passei. Nem para a escola eu fui direito.

-Vovô, vou ter aulas de reforço. E perder oito horas das minhas férias.

Bruno Amadio ou “Giovanni Bragolin” (1911/1981) foi um pintor italiano  que ficou famoso ao pintar quadros de crianças tristes e chorando, que foram vendidos em vários lugares do mundo.

A história contada é que Bragolin, um pintor fracassado, fez um pacto com o diabo para obter sucesso. Ele teria sonhado com crianças que eram torturadas e sacrificadas, as quais teria pintado em sua série.

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