FOLIA DE FALSAS REPUTAÇÕES
Há três anos, a filmagem de uma festa carnavalesca rodou o mundo da blogosfera, do Oiapoque ao Chuí, com a intenção de atingir a reputação de um político provinciano em ascensão nacional .
Na convicção da maledicência, as imagens de uma dança e a proximidade íntima com um senhor de mais idade, ganharam ares de escândalo sexual.
E pouca vergonha.
Os sorrisos soltos e a alegria irradiante, dispensavam explicações.
Se não se tratasse de um relacionamento amoroso.
De pai e filho.
Quem soube da verdade, continuou encaminhando a mentira .
O que importava era o furo.
A certeza de muitos likes e curtidas, no flagra do armário vazio.
E continua sendo divulgada, mesmo depois da reeleição da vítima, hoje um dos mais importantes senadores da republiqueta.
Já foi dito que se alguém quer ter certeza da fidelidade da esposa, candidate-se a algum cargo político.
Os concorrentes logo estarão divulgando, o que imaginam possa subtrair do traído, os votos necessários para alcançar também o direito da própria dúvida.
O governador boa pinta, ainda desconhecido no resto do país, cometeu o deslize de ser eleito antes de casar.
Foi o bastante para transformar o álbum de recordações numa série interminável das aventuras de Casanova não binário
Foi preciso um papo reto com Pedro Bial para a revelação corajosa.
Mesmo assim, cenas de um beijo na boca entre jornalistas cariocas do mesmo sexo, em cerimônia de homenagens, foi divulgada como da diplomação do governador gaúcho.
Quando a vida pública deixar de ser confundida com vida alheia, melhores serão os dirigentes, representantes, eleitores e imprensa.
