8 de maio de 2024
Memória

LEMBRANÇAS DA PÉRSIA

A escalada da guerra no Oriente Médio tem um sujeito oculto, cada vez mais frequente  em todas as frentes de batalha, com suas armas, tecnologia e ameaças de terror nuclear..

No Irã, o rigoroso inverno não é interrompido por uma  primavera diplomática.

Um novo recomeço nas relações com o governo norte-americano e o fim do bloqueio econômico entraram no rol dos fracassos do governo Biden, já em outono astral.

O acordo sobre armas nucleares, firmado por Obama e ignorado por Trump não foi suficiente para tirar  os quase 90 milhões de habitantes, do isolamento.

Poucos já carimbaram passaportes na terra dos arianos, mantendo um véu de mistério e aguçando a curiosidade sobre a vida moderna de um povo de fascinante e milenar história.

O vibrante cinema dos Filhos do Paraíso,  projeta novas perspectivas e embalou os  sonhos de viajante, para quando a pandemia passasse.

Na adolescência das grandes encruzilhadas, em caminho errático, a descoberta  de uma nova religião.

Universal e contemporânea, voltava à lembrança senil.

A união espiritual de toda humanidade.

A Fé Baha’i do profeta  Bahá’u’lláh, interesse que durou pouco, ficou ocupando uma prateleira quase esquecida da memória.

Outros encontros  com os iranianos. Esporádicos.

Nas fotos que o primo-irmão, marechal do incrível exército de novacruleone trouxe de uma das suas muitas peripatéticas cosmocircunvoluções, em busca de um lugar no livro dos recordes.

Dois dedos de prosa com colega médico, fugitivo de perseguição religiosa, procurando um lugar para clinicar, até mesmo no deserto semi-árido, quando ainda não se falava em Revalida.

Numa série de reportagens para o Fantástico, o testemunho de Glória Maria, falecida há pouco menos de um ano: “É um país que tem pessoas maravilhosas, cheias de gentileza e alegria. É como entrar em um livro de história de 5000 anos atrás”, despertou o sonho do viageiro.

De procurar saber sobre a terra e a cultura.

Das coisas e de gente simples que se acha em todo lugar.

Quem sabe, um passeio além das atrações turísticas, depois de comprovada a fama do mercado persa.

Experimentar sabores e de tudo, um pouco.

Observar o ir e vir  das pessoas nas ruas.

E o fascínio dos olhos de kohl emoldurados por avarentos hijabs.

Imaginação  até do inesquecível ponto alto do tour.

Um sorvete e um café num fim de tarde, na praça de Isfahan.

Os constantes conflitos na região desestimularam os planos de quem pensava  em ir um pouco mais longe que  Istambul, uma vez visitada.

Mesmo que tivesse de ficar bem pra cá de Bagdá.

As últimas notícias despertam de novo a fantasia, e aumentam o que já era grande.

A saudade do Irã que não mais existe.

Praça de Naqsh-e Jahan, Isfahan

(Com modificações, texto publicado em 18/01/21)

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