2 de maio de 2024
Coronavírus

MENZIONE D’ONORE

 

56F5065D-8BAA-4DDD-87A7-8C2A1DB735A5
Pode-se até insistir para  ser antecipada, mas é impossível rejeitar homenagem póstuma.

Que seja agora.                                                        Depois que o tempo virar saudade, poucos vão lembrar de Nelson Cavaquinho.

Antes que os hereges, charlatões, blasfêmeros e bruxos sejam queimados na praça dos três poderes ou que os coveiros graduados na Johns Hopkins joguem a última pá de cal na cova rasa, é tempo de registrar um preito de gratidão.

Enquanto Bérgamo já não tinha mais médicos aposentados para compor sua linha de frente e 70 já estavam afastados definitivamente, daquele e de todos os combates, a pandemia começava a repetir o espetáculo de destruição e mortes no Brasil, contaminando de pavor, o grupo de primeiros socorros e maior risco.

Mesmo antecipadas as colações de grau dos imberbes esculápios, as baixas não paravam de desfalcar os batalhões e assustar quem ainda mantinha a coragem de trabalhar nos campos de batalha.

Não fosse um escudo protetor, encontrado facilmente em qualquer birosca de esquina, o pelotão de saúde teria atuado no enfrentamento da primeira onda, ainda com mais desfalques, por desistências.

A notícia que uma obsoleta arma, espanada a poeira, estava sendo usada alhures e ajudava a manter o moral da tropa e integridade dos guerreiros, correu o mundo, na velocidade de um risco de pólvora.

Mesmo aqueles que, devotos de São Tomé, só acreditam no que recebe selo de denominação de origem controlada com revisões sistemáticas Cochrane, aderiram à frágil tábua de esperança, sem nenhuma evidência científica, a não ser a fé na observação de velhos combatentes de outras lutas.

Numa época em que muitos já pediam baixa definitiva, sem  previsão de quanto duraria a guerra, as equipes médicas permaneceram firmes e enfrentaram o perigo desconhecido, com precários equipamentos de proteção individual e a confiança depositada em um medicamento, já meio démodé, usado pra tratar doenças de pobres e piolhentos miseráveis.

Numa posologia simples.

1 comprimido por cada 30 quilos de peso corporal, para ser tomado a cada 15 dias.

Semanalmente, para as tropas mais avançadas, atuantes nas unidades de tratamento para pacientes críticos.

Os que nunca arredam o pé do terreno firme das convicções acadêmicas, não resistiram aos apelos e crendices dos amigos, filhos e cônjuges e aderiram à duvidosa profilaxia, sob duvidoso argumento, se bem não fizer, mal é que não faz.

Até quem sempre estudou em livro grosso, recebeu o estímulo e incentivo de augustos mestres e se curvou à novíssima Primeira Lei de Uip.

Tome o que tomo mas não diga o que toma.

Na iminência de sair o veredicto do julgamento final, antes do confisco nas prateleiras das farmácias e pet shops, da cassação do prêmio Nobel do Profº Satoshi Omura, de outra terceira praga do Egito e da proibição do exercício profissional aos seus prescritores, ainda é tempo de um reconhecimento.

Nem que seja uma singela menção honrosa como o mais eficiente remédio (ou placebo) da pandemia.

Demonizada pelos oráculos dos saberes, a Ivermectina  permanecerá com o nome gravado na alma dos que enfrentaram a tormenta e agora navegam em águas mais serenas, no mar das vacinas.

Cristóvam – Andrà Tutto Bene  ( Tradução )

29A48048-0A15-42F9-A749-9C285D8BC045

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *