Natália Bonavides reacende sonho antigo do PT… chegar a Prefeitura de Natal

O PT tem candidato à Prefeitura de Natal desde a redemocratização quando o programa eleitoral reservava aos partidos nanicos da época o tempo necessário para dizer nome, número, a luta das classes trabalhadoras contra as classe dominantes da época. 

Era o tempo necessário também para mostrar a distância abissal na qualidade do material dos concorrentes, representados pelas oligarquias familiares, fruto da política dos coronéis da “velha política”. 

Ao logo dos anos, a evolução (?) com alianças pontuais, misturando cordões verdes e encarnados a gosto do freguês.

O PT com seus candidatos oriundos dos movimentos sindicais, principalmente, os sindicatos dos professores, com as estrelas mais conhecidas, Fátima Bezerra e Fernando Mineiro. 

Ambos chegaram longe e atingiram voo de cruzeiro, com luz para cargos majoritários como Senado, Governo, deputado federal com sobras, tapetão e muita história para contar. 

Antes, sacrifícios, derrotas, campanhas sem dinheiro. 

Tudo isso para dizer que, apesar das tentativas,  nunca conseguiram conquistar a Prefeitura de Natal. 

No último sábado, 11, o PT comemorou 43 anos de vida e a deputada federal Natália Bonavides aproveitou para se lançar pré-candidata à Prefeitura de Natal. 

Natália tem 34 anos, nove a menos do que a legenda que já foi símbolo de combate à corrupção e hoje sofre para convencer que a não se perdeu no meio do caminho, nem com os companheiros abatidos pela Operação Lava-Jato. 

A história de Natália não tem a ver com o velho PT, nem com o que chegou no apogeu. Ela tem luz própria, que não saiu dos sindicatos, mas do movimento estudantil que reivindicava melhor serviços públicos para quem precisa. 

A então acadêmica de Direito foi uma das vozes do movimento estudantil da UFRN que lutava por tarifas mais justas e melhor serviço de transporte coletivo de Natal. 

Com esse discurso foi eleita vereadora, deputada federal e reeleita em 2022 como a mais votada, mais de 157 mil votos.

Ela foi uma das poucas que retornou à Câmara Federal que pode dizer que não levou na mochila os recibos do tão combatido orçamento secreto. 

Mas isso significa que a estrela emergente é a bola da da vez para 2024? É a favorita da disputa? 

Não. São muitas variáveis até lá.

A maioria do eleitorado natalense optou por Lula da Silva presidente, Fátima Bezerra governadora, Carlos Eduardo senador, mas nunca quis ter um petista na Prefeitura.

Em 2020 nem segundo turno, com 13 candidaturas postas, não teve segundo turno. O prefeito Álvaro Dias conquistou a reeleição com mais de 56% das intenções de voto contra 14% do ex-senador Jean Paul Prates, do PT. 

Significa dizer que o eleitor natalense optou por capacidade de gestão; quem parecia mais capacitado para governar Natal. Quem tem perfil de gerente da coisa pública. 

É esse o desafio da jovem estrela , boa política e boa de voto; convence que sabe administrar? 

De início, terá que retomar um debate que a levou aos holofotes; o serviço de transporte público de Natal, a inalcançável licitação dos ônibus da capital potiguar. 

Enquanto isso, correrão por outras raias – não menos importantes – as avaliações do presidente Lula, da governadora Fátima e do prefeito Álvaro Dias daqui a dois anos? 

Quem terá o que mostrar e esconder em 2024? Isso deverá permear a pauta polícia daqui para frente. Muito menos no “quem”virá, mas no que vai mudar elegendo A ou B.

No fim, é o que conta para quem segue pegando ônibus lotado nas mesmas condições quando o partido de Natália nem gritava por isso e ela nem era nascida…