NOME SOCIAL PRA CAVALO
As praças públicas são testemunhas, que os destinos das nações sempre andaram sobre as quatro patas dos cavalos.
Os flagrantes da declaração da Independência e proclamação da República, imortalizados sobre os lombos dos equinos, desde que não esquecidas as espadas desembainhadas, são clássicos.
Meios de transportes mais modernos não tiraram dos corcéis os lugares que conquistaram na História.
Nos tempos que o cargo era privativo do generalato, o último deles dizia preferir o cheiro das baias, ao do povo.
Na volta dos fardados, o capitão paraquedista comporta-se, muitas vezes, com modos de um batizado.
Que pela inocência de um neto, foi ao pé da letra, confirmado.
Há quatro anos, no fervor da infinda disputa, às vésperas da eleição do segundo turno, numa visita à tranquilidade bucólica para ver de perto os estragos da longa estiagem, cavalos selados, e o aguardado passeio equestre.
Tempo das apresentações de praxe, das montarias:
Este é o Pé-de-Pano. Mansinho, na medida para a ciançada.
O outro mais arisco, ainda não tem nome.
Foi quando o neto de três anos fez o pedido, queria batizar o quadrúpede.
Sabe como é avô.
O nome escolhido não tinha como dar certo, mas não adiantaram os argumentos.
Que nome de cavalo é diferente de nome de gente.
Que ao invés do escolhido, melhor seria um outro que apenas evocasse, e mantivesse a homenagem.
Capitão. Presidente. Taí, dois belos nomes para um animal.
Sugestões rejeitadas.
Ali mesmo, muito longe do Rio Jordão, o equídeo recebeu nome e sobrenomes.
Jair Messias Bolsonaro.
Passou a atender pelo de guerra.
Êia. Pra frente! Vamos lá, Bolsonaro!
O mesmo garoto que havia, com tanto sucesso, acertado na nomeação, agora mostra-se arrependido.
Como se influenciado pela onda de desomenagens a vultos históricos que sofrem revisionismo nas atitudes não mais aceitas, por politicamente incorretas, são derrubadas dos pedestais, também radicalizou.
E já anda elaborando uma nominata para ajudar na troca do encômio.