3 de maio de 2024
Memória

QUANDO A CIÊNCIA FALHOU

O Médico (1891) – Samuel Luke Fildes – Galeria Tate, Londres

A verdade sempre vence a dúvida.

  quatro anos, quando se  avistava o tsunami aquém do horizonte, a fé se amarrava em correntes de orações e promessas a cumprir quando os bons tempos voltassem.

Raras notícias positivas eram garimpadas onde só havia desalento e pirita.

Entre curandeiros, adivinhões e neo-cientistas, uma boa nova, vinda da longe, vinculada no mais famoso jornal do mundo, foi um sopro de otimismo e esperança que os negacionistas, pelo menos daquela vez,  estivessem certos.

Um estímulo  positivo para quem acompanhava de longe os relatos de destruição e medo.

Estampado no The New York Times.

Pesquisadores do MIT  (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), acabavam de publicar um trabalho sobre influência do clima na propagação da pandemia.

Como todas as viroses respiratórias, a Covid-19 também teria predileção pelos ambientes frios.

Doenças que começavam no hemisfério norte, ao cruzarem a linha do equador, já vinham atenuadas e transformadas em resfriados e não resistiam às mezinhas que nossas avós ensinaram.

A auspiciosa novidade era ciência consagrada, rezada numa das mais suntuosas catedrais do conhecimento.

As fronteiras norte-americanas, cercadas e protegidas pelo big stick de um  arrogante presidente, estariam ainda mais invioláveis pelo verão que se anunciava.

A temporada de calor,  prevista para  começar antes que a contaminação aterrissasse no JFK Airport, seria recebida com uma festa de liberdade.

Todos entrariam em férias e tudo seria como sempre foi.

Com o profeta Frank Sinatra invicto, sem ninguém pra cantar modinhas de ninar, o topo do mundo jamais  cairia no sono.

Para quem pelejava nos trópicos, com invernos sem agasalhos, altas  temperaturas e umidade na maior parte do ano, imitar mais uma vez o irmão mais rico, era um bálsamo.

Os sábios de Cambridge, infelizmente estavam completamente equivocados e redondamente errados.

Não contavam com a astúcia do invasor. Nem com as suas mutações, cepas e variantes.

Na Ásia, não arrefeceram na estação das monções.

Os ventos  e as  chuvas torrenciais não afastaram o intruso invisível.

Abaixo da linha imaginária da pobreza, a floração das craibeiras foi sinal também ignorado pelos saqueadores.

O clima semiárido de estepe, nas caatingas, não impediu o domínio alienígena.

Vieram de mala e cuia e se aboletaram onde bem entenderam.

Não faltavam sabichões para, entre erlenmeyeres, buretas e outros frascos de  laboratórios, em poses apocalípticas, quais ungidos discípulos e únicos porta-vozes da Ciência, anotarem no calendário de sofrimentos, que levaria dez anos, para uma vacina eficaz poder  ser aplicada.

Os cientistas erraram no tempo e modo.

O Viúvo (1904) – Samuel Luke Fields – Walker Art Gallery, Liverpool

One thought on “QUANDO A CIÊNCIA FALHOU

  • A maior quantidade mortes nos EUA foram em todas as cidades onde lockdowns duraram mais. Da mesma forma no canadá. Tanto que pesquisadores canadenses concluíram que ficar prolongando trancamentos NÃO AJUDAVA em nada. Os especialistas mais queridos por políticos foram Justamente aqueles que apenas tinham titulações e EXPERIENCIA REAL em tratamentos de doenças. Os que eram ouvidos sem cortes é o que tinham as respostas PRE ESTABELECIDAS pelos chefes de edição dos jornais? MUITO PROVAVELMENTE afinal tinha um certo grupo de mídia estrangeiro que, no ano anterior, comprou participações nas duas maiores do Brasil e NINGUEM podia fazer matéria alguma que fosse contra QUALQUER TESE que eles defendessem. Esse pais inclusive tem campos de trabalhos forçados para quem faça qualquer coisa que não afague a vontade dos lideres atuais e a memória dos demais- NEM precisa ter músicas criticando essas figuras. bastou não incluir em tais músicas de congregações islâmicas ou cristãs louvores impostos pelas autoridades ou fazer inserções nos que já existem que já é visto como ODIO AOS GOVERNANTES. Mas se o consorcio diz que isso é ilusão, claro que é… kkkkkkkk

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