26 de abril de 2024
Comunicação

QUANTAS CRÔNICAS

Max Ferguson


Fazendo de conta que o aprendiz de cronista domina as quatro operações da aritmética, já terá passado de 1500 os textículos publicados neste Território Livre.

Sem computar os repetecos nos  tempos da pandemia que traziam uma introdução e o aviso de tratar-se de  material reciclado.

Aqui, enganado, ninguém vai tomar café requentado nem ouvir miado de lebre.

Considerando que  não existem escolas para formar cronistas, não se sabe o formato da curva de aprendizagem, nem a duração do processo.

Como certos medicamentos que  são usados sem evidências comprovadas, a experiência pessoal que vai se acumulando, deve valer.

Ter alguma eficácia.

Só a frequência diária, (incluídas as segundas-feiras) enquanto a imensa maioria dos similares são hebdomadários ou eventuais, explica o método do aprender fazendo.

Da dor ao gemido, é só um suspiro.

Na contagem dos ativos, mais de vinte e sete anos, se as  publicações fossem semanais.

Este é o balanço parcial de até onde já foi a paciência do respeitável público leitor.

Daqui pra frente, serão outras quinze centenas.

Trata-se  de processo de compra e venda.

Dispensada a moeda de troca  em papel impresso, o que se  produz é postado no mercado digital, reproduzido em redes sociais, até atingir o consumidor final.

Que pode ler, fazer scroll dinâmica, deletar, curtir ou simplesmente dar um dislike.

Garantido o devido e constitucional direito ao contraditório,  e comentários sempre acatados.

Elogiosos ou espinafrantes, registrados em cordiais agradecimentos ou réplicas ferinas e raivosas.

Pausa no noticiário árido e convite à reflexão sobre todo e qualquer assunto,  por ângulo desfocado do comum, na graciosa companhia da ironia e do quase sarcasmo.

Apesar dos líricos, sem um toque de bom humor, não faz o menor sentido ser mais um no armazém de secos e molhados.

João Ubaldo Ribeiro, useiro e vezeiro, em gênero e no grau, já alertava.

Tudo cabe numa crônica.                                          Ela só não pode é ser chata.

 

 


Sobre o trabalho de Max Ferguson, pintor nova-iorquino nascido em 1959:

Velha técnica magistral…  As pinturas atravessam o passado e o presente, documentando uma cidade que está se apagando perpetuamente…
-Wall Street Journal

Silenciosamente contemplativo na tradição de Hopper, tem uma vantagem misteriosa que é só de Ferguson.
-Robb Report

De arregalar os olhos, excitante, sério e desafiador. O equivalente moderno de um Vermeer.
-The Huffington Post

Pinturas meticulosamente renderizadas e cuidadosamente compostas…
-Artnews

 

(Este texto refaz contas auditadas  em 01/08/2020)

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