27 de abril de 2024
CoronavírusMemória

TRATAMENTO PRECOCE, INJUSTIÇA TARDIA

Os alquimistas (1757) – Pietro Longhi – Ca’ Rezzonico, Veneza


A lapidar descrição do país por
Tim Maia, extensões e puxadinhos

Onde puta goza, traficante cheira e cafetão tem ciúmes.

Tom Jobim, o maestro soberano, incluiu carro usado custa mais que um novo.

Todo esquerdista que se preza já botou na boca do síndico do soul, a ideologia política no bananão, onde pobre é de direita.

Agora cabe mais uma brecha para que neste imenso pastoril, mais um canto seja entoado, enaltecendo a jaboticaba da vez.

Não há no mundo, outro lugar onde foram  caçados os médicos veteranos,  sobreviventes da guerra que ainda não havia acabado.

Para os cruzados da profana inquisição, quem não abatido na linha de frente e ousou escapar, não podia contar sua história.

Teria de ouvir calado e escondido, as acusações criminais, como se o trabalho perigoso  tivesse, não somente sido em vão, como a depender do que divulgavam com estardalhaço as manchetes de jornal e chamadas dos noticiários da imaculada TV, fosse parte de uma trama  satânica de genocidas, nazifascista em conluio colaboracionista com os invasores pandêmicos.

De propósito, esqueciam os sucessivos decretos fechando consultórios e ambulatórios, restando aos adoecidos uma única orientação da ciência oficial.

Procurar apenas os serviços de pronto-socorro.

E quantos voltavam sem atendimento, ou com as mãos abanando a única receita autorizada pela autoridades sanitárias em seus plantões vespertinos nas lives campeãs de audiência, as estatísticas oficiais nunca registraram.

– Voltem quando estiverem com falta de ar que serão entubados, e se os respiradores já pagos, tiverem chegado, serão salvos.

Ninguém lembra mais que o furacão que varreu unidades de pronto atendimento e UTIs, afastando pelo medo da morte e pavor em levar para casa a doença que avançava sem clemência, só pôde ser enfrentado depois da circulação de uma notícia alvissareira.

Em algum outro lugar, havia sido acesa uma pequena chama  que iluminava a escuridão.

Como antes da medicina baseada em evidências, termo de aceitação universal que mal completou a maioridade legal, relatos de casos, observações pessoais e experiências bem sucedidas eram verdades transitórias.

Uma droga, já utilizada em outras epidemias, vinha obtendo êxito na abordagem inicial, nos primeiros dias do contágio, pelas propriedades de inibir a multiplicação viral.

Ao reposicionamento do medicamento, atribuída também uma possível ação profilática que nem o mais intransigente douto promotor da farmacocinética midiática podia negar reconhecimento.

Efeito placebo (aceito pelos mais ortodoxos  cientistas) ou não,  a manutenção das escalas de plantonistas hospitalares ficou com  uma dívida impagável com o remédio que também tratava cavalos e eliminava piolhos.

Sem comprovação científica, médicos, enfermeiros e técnicos confiaram em dois ou três comprimidos baratinhos, para continuar  indo ao trabalho insalubre, enquanto as hienas que passaram a  fuçar as covas rasas, entocadas em seus lockdowns estavam

Notas do Redator

1.

O nome da vermifuga heroína não constou do texto, para evitar censura das plataformas digitais

2.

O autor esclarece que já  foi médico, sem nunca ter sido doutor

O Farmacêutico – Pietro Longhi (1702-1785) – Galleria dell’ Accademia, Veneza
O charlatão (1757) – Pietro Longhi – Ca’ Rezzonico, Veneza

(O texto publicado em 04/10/2021 sofreu alterações temporais)

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