26 de abril de 2024
GastronomiaInternacional

Degustação de vinhos na África do Sul, um breve relato

Essa semana vou contar pra vocês um pouco da minha experiência na África do Sul, em 2015. Vou adiantar que não vamos falar de savanas, animais exóticos nem nada do tipo (infelizmente). Fui a trabalho, fazer uma matéria especial sobre degustação de vinhos na região de Cape Town (ou Cidade do Cabo).

Pra quem não sabe a África do Sul possui uma Rota dos Vinhos que tem a Cidade do Cabo como ponto de partida e inclui as cidades de Stelenbosch, Franschhoek e Paarl. Eu passei pelas 3 primeiras em um roteiro super rápido, mas bem proveitoso de 5 dias que eu vou contar um pouco pra vocês. Vamos lá?

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Cape Town vista do alto da Table Mountain, uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo. 

Embarquei no Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, rumo ao O.R. Tambo Internacional Airport, em Joanesburgo, capital da África do Sul. Após um voo de aproximadamente 8h e uma conexão doméstica de mais 2h, de Joanesburgo para Cidade do Cabo, fui recebida pelo guia local.

Assim que cheguei, entre 12h e 13h, dei entrada no hotel e logo depois do check-in, saí para o meu primeiro passeio turístico pela cidade, nada menos que conhecer uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo: a Table Moutain.

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A montanha teve o seu teleférico inaugurado em 1927, com capacidade para 25 pessoas por subida. Após uma reforma em 1997 aumentou sua capacidade para 65 pessoas por viagem, em uma moderna estrutura redonda giratória, que permite uma visão ampla para todos os passageiros. Hoje, o teleférico transporta, das 8h às 21h, 800 pessoas por hora, em dias normais. Quando há muito vento ou tempo fechado o acesso é fechado. O passeio custa 225 rands, cerca de 65 reais.

Em seu ponto mais alto, a Table Mountain tem 1.086 m de altura e proporciona uma vista de tirar o fôlego. Além de toda a Cidade do Cabo, com 2.554 m2 de extensão e 3,5 milhões de habitantes, podemos observar a Robben Island, local onde o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, esteve preso por 18 anos. Uma curiosidade, é que a Ilha se tornou atração turística e hoje os guias responsáveis pelos passeios no local são antigos presos políticos, afinal, quem a conhece melhor do que eles?

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Do topo de Table Mountain dá para avistar Robben Island, onde Nelson Mandela ficou preso por 18 anos. Hoje o presídio, que fechou, virou atração turística. 

A montanha é só o começo do Table Mountain National Park, que se estende até o Cabo da Boa Esperança, na ponta mais sudoeste da África do Sul. Considerado patrimônio natural pela UNESCO, com 221 km2, o parque abriga uma fauna rica somente encontrada no local. Vários mirantes permitem aos turistas fotos incríveis. As lojinhas de produtos turísticos oferecem todos os tipos de souvenir sobre a Table Mountain.

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Levei um dia inteiro nesse passeio, voltei para o hotel Cape Grace, onde estava hospedada. Com uma vista privilegiada para a marina internacional de Cape Town, o hotel está localizado dentro do complexo Victoria & Alfred Waterfront, considerado a atração mais visitada da África do Sul e um dos portos em operação mais antigos do país. É uma grande área que reúne restaurantes, cafés, hotéis, condomínios residenciais, prédios comerciais, shopping center, marina, estaleiro, mercado de artesanatos, museus e áreas de lazer e entretenimento.

No dia seguinte pela manhã, ao abrir a janela do quarto, além dos veleiros, lanchas e iates, fui surpreendida por uma foca que descansava e tomava sol logo bem na frente da minha suíte.

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No meu tour do dia precisei me afastar cerca de 1h do centro de Cape Town para chegar até o povoado de Franschhoek, uma região famosa pelos excelentes vinhos e pela gastronomia impecável.

O local, antes habitado por elefantes, foi chamado por muito tempo de Oliphants Hoek (esquina dos elefantes), mas em 1688 os Holandeses, colonizadores da região, doaram as terras aos franceses, para que desenvolvessem vinhedos no local, que hoje é chamado de Franschhoek (esquina francesa).

Tomei um pequeno bonde no centro de Franschhoek (200 rands), no qual percorri três vinhedos até chegar ao meu destino: a fazenda Grande Provence, que produz vinho há 35 anos em seus 30 hectares de área. A Provence apresenta aos seus visitantes dez diferentes tipos de vinhos e vende aproximadamente 58 mil garrafas por ano, com uvas compradas (60%) e produzidas no vinhedo próprio (40%).

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O local conserva a construção original de um de seus espaços, que hoje é utilizado para realização de eventos. Além deste, há doze anos a área construída da fazenda foi ampliada dando origem a um restaurante, uma galeria de arte, uma hospedagem e um belo jardim para degustação de vinhos. Tive a oportunidade de degustar quatro tipos produzidos no local. Muito phyna! Anotei tudo e vou reproduzir aqui pra vocês.

O primeiro deles, o Chenin Blanc, é o mais vendido da casa. Possui 14% de álcool, deve ser servido com saladas e peixes e tem um agradável cheiro de pêra. O segundo, Chardonnay, é guardado em barris de carvalho por 11 meses e tem um sabor que lembra baunilha. Com 13% de álcool, deve ser servido com queijos e massas.

O Cabernet Sauvignon foi o terceiro vinho que degustei e o que mais me chamou atenção. Suas uvas foram plantadas na montanha, próximo a árvores de eucalipto e ele esteve por 15 meses guardado em barris de carvalho. Seu sabor e aroma são mentolados e diferente de qualquer outro vinho que eu já havia experimentado. Possui 14% de álcool e vai bem com carnes vermelhas e massas mais fortes.

Para finalizar, o Shiraz de 2010 é guardado por quinze meses em barris de carvalho, sendo 80% desse tempo em carvalho francês, que lhe confere um sabor mais picante, e 20% em carvalho americano, que proporciona um sabor mais frutoso. A combinação dos dois barris deixam o vinho mais suave ao paladar. Possui 14,5% de álcool e vai muito bem com chocolate preto e carnes vermelhas.

Os quatro vinhos que eu degustei são realmente especiais e variam de R 85 a R 140, o que, em Real, significa de R$24 a R$40. Muito bons e muito baratos!

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Não posso deixar de falar de um hotel incrível que fiquei nas minhas outras noites na cidade, o Lanzerac.

Fundada em 1692, a fazenda Lanzerac é uma das mais antigas da região de Stellenbosch, distante uma hora a leste do centro da Cidade do Cabo e também outro povoado muito procurado para a degustação de vinhos. Transformado em hotel, o local é ideal para você desfrutar, com muito conforto, de uma das regiões mais exclusivas de toda a África do Sul.

O Lanzerac Hotel e Spa é um boutique cinco estrelas. AMO/SOU hotel boutique! Seus 165 hectares abrigam ainda, vinhedos produtores de um dos mais exclusivos vinhos sul-africanos. São sete prédios, todos originalmente construídos no século 17, nos quais estão distribuídos 48 luxuosas acomodações, dois bares, um restaurante, uma delicatessen, um ambiente exclusivo para degustação de vinhos e o spa, com vista para os vinhedos e jardins.

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A imponência do hotel é marcante desde o momento da sua chegada. Os 50 m entre a estrada de acesso e o portão de entrada são cercados por grandes carvalhos. A grama verde e bem cuidada do pátio principal contrasta com os prédios bem conservados, de inspiração francesa. Ao fundo, as majestosas montanhas Helderberg completam o cenário.

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Entre as 48 espaçosas habitações, você pode escolher uma das suítes e desfrutar de tudo o que o Lanzerac oferece de mais sofisticado. As duas suítes principais, a Presidential e a Royal Pool Suite, são verdadeiros apartamentos, com dois banheiros, uma sala de estar (equipada com televisão por satélite e home theater), minibar, opções de chás, cafés e vinhos da casa. Como se não bastasse, cada aposento se abre para um pátio privado com vista para os jardins, vinhas e montanhas.

Eu fiquei na Royal Pool Suite e a decoração era de cair o queixo. Mobiliário de madeira maciça impecável, vasos de flores, abajures, lustres, souvenires e belas cortinas completam a decoração. Nos quartos de ambas as suítes há ainda poltronas, home office e um baú. Os banheiros foram projetados para casais, com duas pias e uma elegante banheira em mármore e madeira escura. O controle de temperatura interna e o piso, aquecido, estão presentes em todo o apartamento. As fotos abaixo me deixam com bastante saudades desses dias de princesa.

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Por hoje é isso, gente! O relato de uma das viagens mais incríveis que eu já fiz. Barato não é, mas vale muito a experiência. Espero que ajude quem pretende em breve viajar para a África do Sul.

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