26 de abril de 2024
Coronavírus

Bolsonaro queria quebrar o termômetro do Coronavirus desde Mandetta

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Deu na Veja 

No início de abril, o ministro da Saúde ainda era Luiz Henrique Mandetta e a exigência de Jair Bolsonaro, lançada sobre a mesa numa dura conversa no gabinete presidencial, era a mesma do momento: os dados da pandemia.

Bolsonaro estava indignado com a coletiva comandada por Mandetta diariamente, às 17h, para comentar os dados de mais um dia de avanço do coronavírus no país, que tinha passado de 1.000 mortes e acumulava 22.300 brasileiros infectados.

Naquela conversa, o presidente revelou pela primeira vez o plano posto em prática nos últimos dias, que praticamente implodiu o único serviço de credibilidade do governo na pandemia, o controle estatístico da crise.

Naquele início de abril, Bolsonaro exigia que o ministério deixasse a contagem de mortes em segundo plano. A ideia era abrir todos os dias a coletiva dando destaque ao “placar da vida”.

Mandetta e seus secretários, diante de tamanho descolamento da realidade da proposta, deram de ombros para as medidas alopradas de Bolsonaro e deixaram o governo.

O tal placar pedido por Bolsonaro acabou sendo criado no fim de abril, omitindo da contagem justamente os mortos.

Nesses período, o Planalto postou diariamente nas redes seu placar da vida, mas a medida não pegou nem mesmo entre os bolsonaristas. O que haveria de se comemorar numa pandemia em que um brasileiro é derrotado a cada minuto para a doença, afinal?

Desde que o Ministério da Saúde desmoralizou seu próprio controle de dados da pandemia, mudando metodologias em pleno jogo, uma série de iniciativas surgiram para realizar a centralização informal dos números.

Num primeiro momento, a medida parece acertada, afinal, transparência é o melhor instrumento de combate em uma crise. O problema é se os múltiplos levantamentos começarem a divergir no resultado final.
Desmoralizar a contagem, qualquer contagem, é o que o bolsonarismo mais deseja para tentar esconder sua culpa.

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